sábado, 27 de outubro de 2007

Hahahahahahaha!


Essa é pra quem ainda via aquela COISA como o "Messias da pátria", mesmo depois do Mensalão, mesmo depois daquela tentativa VERGONHOSA de esquentar as costas do Renan Calheiros, do CPMF cretino que eles tanto criticavam e agora querem manter a qualquer custo, da atitude subserviente diante de um paiseco desprezível como a Bolívia, mesmo depois de tudo o que eles fizeram, da dilapidação do país, do cinismo SUPREMO do PT...

Para Lula, servidores devem ter dias parados descontados

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/10/27/326924960.asp

É ou não é uma COMÉDIA? hahahahahahahaha XDDDDD

Por que não descontamos todo o tempo em que ele ficava fazendo arruaças por aí, comícios, greves e tudo o mais (ao invés de fazer algo mais produtivo e útil como trabalhar ou estudar) do salário dele que por um acaso vem dos nossos bolsos de contribuintes/escravos?

Eu sou contra o direito ilimitado de greve!
A questão é que ele se elegeu com ESSA bandeira! Não, mais do que isso, a carreira política inteira dele foi, mais do que tudo, calcada NISSO!

Podem começar, "nhém nhém nhém, mas os tucanos também *ponha aqui o de sempre*".
Pra início de conversa, não sou tucana, não gosto do PSDB (social democracia? blergh - e sei que a "social democracia" deles é de fachada, menos mau), mas ainda os acho menos ruins que o PT (o que é pior que o PT, afinal? acho que só os bispos da Universal rivalizam com eles). Por quê? Simples, eles podem mentir, podem roubar, mas mentem menos e roubam menos. Eles são neoliberais, junto com o DEM têm a orientação mais direitista atualmente no Brasil que possa ser levada a sério, embora não seja direita de verdade - faz falta um verdadeiro partido de direita neste país, tem horas que eu me imagino em um mar de esquerdistas e me dá vontade de sair correndo - e jamais tentaram parecer ser o contrário. O PT, não; foi eleito na base da traição, fazendo promessas impossíveis (lembram daquela dos empregos? HAHAHAH) e mentindo deliberadamente. Tentaram agradar gregos e troianos ao mesmo tempo com esperanças vazias. E agora, no poder, traem a seus antigos aliados, um a um - primeiro aliados internos, como a maluca da Heloísa Helena, logo depois os aliados externos. Fora o povo, que eles já começaram traindo e trairão até o último dia de governo.

Hoje o PT é algo que ninguém sabe o que é, e tenho minhas dúvidas se realmente É alguma coisa politicamente ou é apenas uma justificativa de pilhagem para fins pessoais.

ENGULAMMMM, ILUDIDOSSSSSS XDDDD

(A cada dia vejo como foi bom o Lula ter se eleito. A eleição dele deu a certeza a todo o povo brasileiro com mais de meia dúzia de neurônios do quanto ele e sua corja não valem nada. Pena que a maioria tem menos neurônios do que isso.)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Encruzilhadas da vida


Status: Espirrando (se disse "saúde", obrigada)
Ouvindo: Origa - Baby Alone in Babylone

É engraçado pensar como a nossa vida parece um livro em branco, não?
Um livro que um dia se abre, e vamos escrevendo linha a linha, a caneta, sem poder apagar qualquer coisa mal-escrita que ficou nos parágrafos lá atrás...

Continuando capítulo por capítulo...
...página por página...
...até chegar à última delas.

Como em um texto, há um início. Há a apresentação dos personagens, há uma trama intrincada. Há momentos em que parecemos estar dentro de uma obra de Hemingway, em outras, em um conto de Nelson Rodrigues. Em outros, dentro de uma tirinha qualquer de jornal, em outros, de um mangá romântico. Mais que um livro, nossa história parece uma coleção, de histórias que vão se entrecruzando e fazendo sentido como retalhos fazem sentido em um cobertor, crossovers e mais crossovers. Às vezes há finais felizes, às vezes não. Às vezes sequer há um final, fica tudo em aberto. E, às vezes, surge um Deus Ex Machina, que parece não ter nada a ver com nada.

É um livro que não tem um clímax; tem vários deles. A história parece estar caminhando para um ponto...e...

Fiquei pensando nisso depois do que me aconteceu quarta-feira.
Eu estava dentro do 266 (Rodoviária-Cidade de Deus), indo na direção da Rodoviária, embora fosse descer antes, pois ia ao médico. O ônibus estava repleto de idosos, exceto por mim mesma e dois rapazes que também se sentavam no último banco do ônibus.

Eis que um deles se levanta, armado. Meu ônibus estava sendo assaltado.
Enquanto ele ameaçava o motorista, eu corri para atirar meus pertences sob o lugar onde eu me sentava. Ah, não! Não ia perder dinheiro, celular, relógio para aquele safado.
Estava bem protegida sob as poltronas altas do ônibus, e não podia ser vista.

No entanto, como já era de se esperar, eu não consegui esconder tudo, e aguardei por meu destino - com certeza, meu celular já era.

Eis, que...

...ele desce e não rouba nem a mim, nem ao cara do lado.

Não, não foi "Deus". Eu fui cagona, mesmo. E só.
Nem venham com papo de "Deus", afinal, todos os velhinhos no ônibus ficaram sem seus pertences, e o motorista também estava bem assustado e teria problemas.

Mas isso me fez pensar.

"E se...?"

E se ele percebesse minha movimentação?
E se ele tivesse vindo me roubar?
E se houvesse um policial no ônibus?
E se alguém tivesse reagido?

É tão engraçado como uma palavrinha a mais na frase daquele livro da vida poderia mudar todo o desfecho da história.

Todo o resto das páginas poderia ficar em branco para sempre. As minhas, ou as do motorista, as do rapaz ao lado, as dos idosos, ou mesmo as do assaltantes (quanto a essas, que pena).
Ou poderíamos ter protagonistas feridos, mutilados...
Ou mais! Uma pessoa comum poderia ter virado um herói.

Mas tudo transcorreu normalmente. Eu continuei escrevendo meu conto sobre tédio e revolta, os idosos escrevendo os seus sobre algo provavelmente desinteressante, o rapaz sobre algo comum, o assaltante sobre impunidade e coação, o motorista sobre exploração e cansaço...

E a vida continua...

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Mulher de verdade


Não, não estou falando da Amélia. Até porque, pra mim, uma mulher que age como escrava, condescendente com comportamentos absurdos e mais do que tudo, sem a MENOR vaidade pode ser tudo, menos uma mulher de verdade. Pode sim, ser uma mulher dos sonhos, conveniente a quem interessa e não é capaz de arrumar algo melhor.

Mas enfim, vamos ao que interessa.
Ontem estava dando uma olhada nas fotos da Marilyn Monroe. Sim, aquelas feitas pouco antes de sua morte, as que estão presas na Receita.

Aquela mulher é de deixar pasmo qualquer um.
Se eu vejo fotos de musas de outros tempos, como por exemplo a Sophia Loren ou mesmo a brasileira Martha Rocha, posso achá-las bonitas esteticamente, mas acho as fotos estranhas, antiquadas, como se só tivessem valor histórico. Não consigo achar sexy qualquer foto que seja da Martha Rocha.
No entanto, as fotos da Marilyn parecem ser atemporais. Balzaquiana, infeliz, com uma cicatriz de cirurgia na barriga - nada disso importa. Ela parecia ter uma luz própria, uma espécie de magnetismo, sei lá. Sei que sou mulher e não sei se tenho muito crédito nesse tipo de análise, mas eu acho que ela, se não foi a mulher mais bonita do mundo, foi a MAIS mulher.

Nem venham com besteiras do tipo, "arghhh, você está escolhendo um sex symbol como a mulher MAIS mulher??? e as pobres coitadas que se esforçam todo dia blá blá blá".
Em primeiro lugar, eu ODEIO gente politicamente correta, vaza.
Mas, de qualquer forma, esclareço logo: neste post, não estou falando de mulher em sentido amplo, estou desconsiderando muitos aspectos.

Falo da mulher em seu sentido mais estrito, seu sentido mais natural e básico: a mulher como fêmea humana. A mulher como uma "predadora de homens".

Sem dúvidas Marilyn foi uma das maiores predadoras de homens da história. Os que ela não pegou efetivamente ficaram mesmerizados por suas aparições na TV e revistas, hipnotizados por ela da mesma forma. Olhando aquelas fotos, fiquei imaginando se ela não fosse uma famosa diva americana de cinqüenta anos atrás e fosse, na verdade, uma brasileira que morasse aqui pertinho de casa. Com certeza seria o tipo de pessoa que eu iria querer ver FORA do círculo de amizades de qualquer amigo colorido/namorado/marido.

Todas as mulheres temem uma mulher como Marilyn em suas vidas.
Todas as mulheres (mesmo que neguem) sonham ser como ela. Porque isso é primitivo; qualquer mulher gosta de ser desejada. Ser como ela seria o ápice: ser desejada por todos, estar no topo, venerada até mesmo décadas após sua morte - de uma certa maneira, aliás, imortal em sua beleza de 36 anos. Ofuscar qualquer outra mulher num raio de 20 km e ter qualquer homem a seus pés.

O problema começa com aquela simples frase:

Quem pode pode, quem não pode se sacode.

Discordo daqueles comerciais que dizem que qualquer pessoa pode ser linda e sexy. Coisinha bem tendenciosa mesmo, pra deixar algumas felizes graças a mentiras. Vocês acreditam mesmo que qualquer uma pode se tornar uma Marilyn com muito esforço, cosméticos e pura e simples atitude positiva? Tss.

Sensualidade é algo que não pode ser aprendido e não pode ser descrito em palavras; está dentro da pessoa, cada um desenvolve mais ou menos de acordo com a sua capacidade e essa mesma capacidade limita o quanto você pode evoluir. Norma Jean Baker naturalmente não era daquele jeito aos 5 anos de idade, ela evoluiu ao longo do tempo, mas de acordo com a sua capacidade natural. Não adianta: algumas mulheres são naturalmente sensuais, outras são menos e a maioria não é nem um pouco.

A sensualidade também depende da aparência; se você é feio(a) como o cão chupando manga, pode ser a reencarnação da Marilyn que não adianta. E é por isso que as pessoas tendem a confundir: a beleza pode sim ser melhorada, e dela depende a sensualidade. Porém, se você fica bonita, isso não quer dizer que fica sensual automaticamente. A maioria, aliás, fica muito aquém disso.

O problema é que mulher (agora no sentido não sexual, mas cerebral mesmo; a cabeça feminina, com suas TPMs, seus medos, suas obsessões) nunca se dá por satisfeita. Ao invés de tentar desenvolver sua própria sensualidade aos seus limites máximos, algumas ultrapassam esses limites e se tornam caricatas. Suponho que uma camisolinha transparente de oncinha deva ficar linda em uma mulher com corpo de atriz da Globo, mas será que fica tão legal assim numa senhora de uns 50 anos de idade obesa?

Pois é, mas vocês vão achar na Internet trocentos sites vendendo camisolinhas com essa descrição com tamanho XGG. Tenho minhas dúvidas se um homem padrãozinho, normal (não fetichista) vai achar o máximo uma geléia balançando em cima da cama com um pedacinho de pano preto transparente em cima.

Pior que isso é a mulher que é bonita mas não consegue ser sensual.
Já vi em trocentas revistas/sites de ajuda emocional: a mulher entra em contato, enche a própria bola, "sou loura, peituda, bunduda, linda e gostosa, com corpo perfeito, mas ninguém olha pra mim, olham pra aquelas mocréias feias". Ou seja, ela tentou melhorar pela aparência, mas só isso não adianta, amiguinha. O máximo que ela vai conseguir é ser mal comida ocasionalmente. Não vai conseguir deixar nenhum homem enlouquecido por ela por mais tempo que as horas que foram pagas no motel barato.

Algumas dessas mulheres passam a tender à vulgaridade. E, como todos sabemos, ser vulgar é bem diferente de ser sensual. É como comparar uma baladinha pop besta com uma música de teor realmente artístico: muitos vão gostar da primeira, simplesmente por não terem senso, mas aqueles que realmente PRESTAM vão preferir a segunda.

E eu não sei as outras, mas prefiro os que prestam. Antes escolher entre poucos bons que entre muitos ruins.

Estou escrevendo este post não apenas por causa das fotos da Marilyn Monroe, mas também por causa das ABERRAÇÕES que tenho visto no Orkut, mulheres ridículas sem um pingo de semancol expondo o corpo (ou as banhas que dificultam vê-lo) achando que são sensuais mas não passam, mediocremente, de uma vulgaridade porca. Não vou citar nomes nem nada, só dou uma dica: procurem em comunidades de fetichistas, procurem usuários com nome de funkeiros e na "Perfis de Gente que se Acha". Não sei dizer se dá vontade de rir, de chorar ou de vomitar.

Obs.: Esqueçam meu momento existencial do post anterior, estou me aturando melhor ultimamente.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Por que "rebeldia com causa"?

Status: Momento existencial. Beware!
Ouvindo: Lifehouse - Everything

Alguns que passem por este blog devem se perguntar.
""Por que Rebeldia com Causa"? Aposto que a dona desse blog não deve ser nenhuma drogada porra-louca, deve ser uma nerd bizarra que não tem nada mais interessante pra fazer da vida. "

De fato, sou apenas uma nerd bizarra. Nunca usei nenhuma droga famosa como cocaína ou maconha, há tempos não arrumo namorado (e não me esforço pra arrumar) e a coisa mais interessante que faço na vida é estudar.

Recentemente li em um blog sobre música (acho que foi o do Jamari França) que a geração atual não tem mais sobre o que se rebelar, que coisas como "emos" existem como algo a preencher esse vácuo: punks, grunges, hippies, todos eles tinham uma razão de ser e atualmente não há uma razão para ser rebelde, a "rebeldia" desses jovens nada mais é que a expressão de um total vazio, de uma ausência de qualquer coisa.

Aí eu pergunto...
Isso já não é motivo suficiente para enlouquecer?

Sou parte dessa geração vazia. Eu não vejo um futuro à minha frente que me agrade; não tenho pessoas a quem seguir, valores a respeitar. Eu sinto que estou mais e mais sozinha; e acho, profundamente, que sempre estivemos sozinhos, e é apenas a nossa geração que começa a tomar consciência de que não somos uma sociedade, e sim um grupo de indivíduos. Pode parecer a mesma coisa, mas não é.

A idéia não é nem mesmo ruim. É apenas perturbadora, porque somos os primeiros a percebê-la completamente, ainda não nos acostumamos. É como pensar que Deus não existe: é assustador no início, mas podem acreditar, depois de um tempo você se sente tão liberto, tão feliz consigo mesmo.

Estou aqui, numa noite de sexta-feira, ouvindo uma música depressiva (agora tá tocando Solitary Ground do Epica), com uma garrafa de vinho do lado, e sei que não estou chorando por que estou bêbada. Na verdade, nem mesmo há um motivo. O problema é que não há motivo nenhum.

Há alguns anos, desejei ser "nós todos"; pensava que ainda queria ser "nós dois".
Depois de um tempo, descobri-me que queria ser apenas "eu".

E hoje nem isso sei se quero ser.

O jovem de 30 anos atrás se rebelava contra o "sistema", contra a "sociedade", contra a ordem das coisas, contra o rabo dele, enfim, contra algo que existia.

Eu, e tenho certeza de que muitos estão na mesma situação, me rebelo contra mim mesma, ou ao menos contra meus sonhos vazios e minhas expectativas, meu medo de confiar nas pessoas, na raiva que tenho da minha aparência, dos meus fracassos, de não ser o que eu deveria ser.

De não corresponder às expectativas que eu mesma depositei em mim.

Eu me rebelo por algo que "não há". A causa da minha rebeldia é o vazio.
É uma inquietação, uma dor que vai crescendo, que eu nunca consigo explicar, é puro paradoxo, é sorrir com vontade de chorar, é viver com vontade de morrer o tempo todo.

Por que estou jogando minha vida pelo ralo?
E por que não consigo mudar isso?

Tá, estou estudando, cuidando do meu futuro, mas que se foda, de que adianta?
Meu "futuro" é meu sonho?

Eu não agüento mais trabalhar e estudar o dia inteiro. Não agüento mais não saber o que são amigos, não poder sair, não poder malhar e ficar uma porca gorda e horrorosa. Eu me odeio, e odeio todas as pessoas que me cercam e me fazem agir dessa maneira.

Se é pra me destruir, por que não morro de uma vez?

(merda, tá tocando a Sonata ao Luar de Beethoven, Winamp fdp)

Hoje fiquei pensando nisso, no dinheiro que vou ganhar no futuro pra poder ficar como eu realmente quero, comprando coisas que gosto, fazendo plásticas, aprendendo tudo o que eu quiser, desde línguas exóticas até dança. Mas até eu ter dinheiro suficiente pra isso vou ser uma velha caquética - e mesmo que eu arranje o dinheiro, não terei o tempo.

Então pra que estou fazendo tudo isso?!
Pra nada?

Juro que nessas horas dá vontade de tomar uma caixa inteira de Dualid e ir dormir.

Enfim, é exatamente isso que sou: uma nerd infeliz, imersa em trabalho, de saco cheio de viver, farta de todas as pessoas desse mundo, inebriada em vinho e femproporex.

Eu não quero que ninguém me ame, não quero que ninguém me console. Na verdade, quero apenas que tudo e todos se explodam e vão pra puta que pariu.

_____________________________

Quando era criança, eu queria presentes. Mas minha mãe só me dava no aniversário e no Natal.
Portanto, minha infância consistia apenas de 6 meses esperando pelo aniversário, mais 6 meses esperando pelo Natal. O que eu fazia nesse meio tempo era supérfluo; o que importava eram os presentes que eu iria ganhar.
Minha mãe nunca me ouve, ela gosta de dizer que "eu era SIM" feliz quando criança, mas ela diz isso porque é conveniente pra ela, ela SABE como eu me sentia e me sinto?
Ela, que ignorou todos os meus apelos desesperados para trocar de escola enquanto eu era massacrada psicologicamente até mesmo por professores? Ela pensa que eu esqueci.

Dizem que a pessoa evolui quando não é mimada, eu acho que talvez tenha evoluído, mas preferia ser uma mimada, uma filhinha de papai imatura e feliz.

Eu ainda hoje continuo esperando pelos presentes.
Minha vida atualmente consiste em esperar pela grana que ganharei como advogada. Até lá, não faço porra nenhuma de relevante a não ser aguardar esse grande momento.

Mas pra que eu quero esse dinheiro? Quando eu o ganhar, vai valer a pena todo esse sacrifício?

Por que sou tão covarde? Por que não consigo acabar com isso?

Enfim, essa é a causa da minha rebeldia. Prazer, Bruna.
Boa noite.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Pérolas da Net II

O Globo Online (de novo). Comentários sobre aquele caso horroroso do bebê atirado na água.

Eis que tudo descamba para uma típica discussão pró-aborto x contra-aborto. E os pró-aborto surgem com uma estatística IRREFUTÁVEL!

01/10/2007 - 16h 48m
90% ou mais das gravidezes que ocorrem no Brasil devem ser indesejáveis na hora em que a mulher fica sabendo.



HAHAHHAAHAHHAHHAAHAHAAHAH xDDD

(obs.: o autor do astuto comentário acima, claro, é alguém que sabe tudo sobre como se sentir ao estar grávida: um homem.)

sábado, 29 de setembro de 2007

Desventuras no ERED

Status: Péssimo humor, sentada na frente do pc, se entupindo de comida como, aliás, eu sempre faço quando estou de mau humor.
Ouvindo: Draconian - A Slumber Did My Spirit Seal


ERED. Uma sigla, que para muita gente não deve significar nada.
Para mim, no entanto, significa muitas coisas.

Significou, em primeiro lugar, um fim de semana perdido.
Tive que ir à UERJ hoje, e amanhã também terei novamente que estar lá. Por causa do maldito ERED.

Existe um significado mais simples. ERED é a sigla para Encontro Regional dos Estudantes de Direito. É precisamente por isso que perdi meu final de semana precioso, ao qual devoto meu sagrado ócio: porque, indiretamente, precisava das 25 horas de atividades complementares do ERED. Afinal, já estou no terceiro período e tenho...huh...4 horas das 240 que tenho que ter até o fim da faculdade. Legal, né?

Além disso, significou 10 reais jogados no lixo. Sim, exatamente isso.

"Nossa, que horror de estudante você é, Bruna. Toda essa revolta por causa de umas edificantes e construtivas palestras?"

Eu gosto de palestras. Eu gosto de livros. Eu gosto de toda e qualquer coisa que me faça pensar e aumente meu nível de conhecimento a respeito de alguma coisa.

E é exatamente por isso que eu EXECRO esse ERED. É a coisa mais nojenta do mundo.
Eis o significado mais vasto para essa pequena e aparentemente inocente palavrinha.

O ambiente acadêmico pressupõe pesquisa. Pressupõe debate e contraposição de idéias. Pressupõe riqueza de produção, e presume-se que seja o lugar onde jovens aprendem a pensar de forma crítica. É exatamente por isso que o ERED é abominável.

Eu jamais havia visto uma articulação tão horrorosa de lavagem cerebral diante dos meus olhos tão descaradamente, e no ÚLTIMO ambiente em que isso deveria acontecer. É a antítese do ambiente universitário: ao invés de fazer os jovens pensarem, enterrar idéias em suas cabeças.

Vejamos. Vamos transcrever, para começar, alguns trechos do folder do ERED:

"...uma verdadeira gestão violenta das camadas populares socialmente excluídas.(...)vemos que o valor da vida e da dignidade humana de uma determinada parcela dos cidadãos (que podem ser recortados por sua etnia, faixa etária, segmento social e geografia urbana ou rural) está se tornando descartável(...), e cada vez mais o regime político nacional desenvolve e aprimora um novo "estilo" de fascismo social. "

Como vocês podem ver, a linha ideológica do ERED não é NADA tendenciosa. Imagina! A neutralidade transpira por essas belas letras.

O tema escolhido foi "O Tratamento Penal da Miséria". Como eles dizem, um tema bem "atual" (a violência para esses professores que vivem no mundo da fantasia e para esses alunos que vivem no mundo do baseado, naturalmente, só começou a existir com o filme Tropa de Elite). Naturalmente isso não deve ter nada a ver com o incômodo deles com o fato da população, cansada de ser saco de pancada e alvo de tiro, ter eleito um policial - torturador, sim; violento, sim; mas que FAZ ALGUMA COISA - como seu herói nacional. Nada!

Pra começar, eles precisam entender que a culpa é deles.
Recentemente, li no O Globo Online uma crônica de um demagogozinho qualquer que dizia que o assustador era pensar em "como nos tornamos pessoas assim".

Ah, como será?
Talvez seja olhando pela janela e vendo balas traçantes, passando com a cabeça baixa na Linha Vermelha, chorando nossos filhos, pais, irmãos, maridos e esposas mortos numa guerra estúpida e contra a qual eles fazem questão de IMPEDIR qualquer reação enérgica.

Vocês criaram o monstro.
Sorry.

Continuando, enfim.
O ERED, essa conferência de fachada com óbvios objetivos políticos de reação ao filme Tropa de Elite, seguiu pelas três palestras em que vi com uma militância de esquerda da qual eles deveriam ter VERGONHA, especialmente sendo professores. Não havia nenhuma pessoa que defendesse o outro lado - e é CLARO que essas pessoas existem - convenientemente, só havia marxistas-leninistas pra todo lado. Até - pasmem - representante do MST foi convidada pra palestrar - e o que DIABOS sem-terra sabe sobre violência urbana?!

Quanto ao conteúdo apresentado...
Bem, devo dizer que esses palestrantes devem ser discípulos do David Copperfield.
Eles sabem tudo sobre ilusionismo!

Ilusionismo é desviar a atenção do espectador para que ele não veja o que há de relevante, e acredite no inacreditável que foi mostrado a ele. E é exatamente o que eles fazem!

Ao falar da população carcerária, ao invés de se concentrar nos DELITOS cometidos por eles - que não foram parar na cadeia soltando pipa - fazem questão de explanar o quanto todos eles são pretos, pobres, jovens e tudo o mais. E o que diabos isso tem a ver? Sim, mais pobres vão para a cadeia - porque POBRES ROUBAM MAIS (mais quantitativamente, é provável que não qualitativamente). Mas não é o governo que é seleciona os pobres, tipo "MWAHAHAHA, vou catar uns pobres pra jogar aqui"; do jeito que eles falavam, parecia que havia em andamento um plano pra acabar com os pobres atirando todos eles nas cadeias, mais ou menos como Hitler fazia com os judeus, o que é uma hipótese tão RIDÍCULA que nem vou comentar. Tipo, "a sociedade capitalista (ou A ZELITE, o que aliás foi repetido tantas e tantas vezes que meu ouvido dói) pretente eliminar massivamente os excluídos".

Desviar a atenção é com eles mesmos. A sociedade - não apenas a elite econômica, mas também a classe média que de elite não tem nada e, mais do que qualquer outro, os POBRES HONESTOS QUE VIVEM OPRIMIDOS POR BANDIDOS NOS MORROS - querem se livrar dessa escória desgraçada. Eles acusam seus opositores ideológicos de nazismo, mas tem coisa mais nazista que atribuir um futuro sombrio a uma pessoa só porque ela nasceu em determinada classe social ou com uma cor "x"?

Tipo, "é preto e pobre, portanto será bandido; logo, será preso ou morto em breve"

Que que há!

E todas as mães, pobres donas de casa que lutam para seus filhos não serem aliciados pelo tráfico ainda crianças? E todos os pais de família, porteiros, garis ou mesmo POLICIAIS, que descem e sobem o morro todo dia com medo? Negros trabalhadores, são bandidos também?

Essas cadeias estão todas abarrotadas de pobres meninos honestos, condenados apenas por sua cor? Vão catar coquinho na descida!

Falam das execuções policiais. Que seja, há execuções sim; mas eles têm a pachorra de dizer que a maioria é gente inocente. DU-VI-DO.

Bandido tem que ir pra cadeia, bandido tem que ser reprimido e morto se necessário - seja branco, preto, pobre ou rico. Se brancos e ricos não vão pra cadeia é ESSE o problema que tem que ser solucionado. Não é deixando soltos os bandidos pretos e pobres, não.

Outra que eu tive que ouvir, porque é melhor que ser surda (essa proferida por um deputado estadual, horror, horror): "...e as prisões interessam a aqueles que lucram com elas, afinal, tem-se em mente um projeto de privatização das cadeias".

Aí é que está o grande ponto. Aí é que entra a pena de morte.
Não tem que ficar construindo um monte de cadeia. Tem que matar quem não vai se recuperar de qualquer jeito - especialmente membros de facções do crime organizado. O raciocínio que eles querem incutir na mente das pessoas é: "A-há! Não pode deixar preso! Isso é mais uma maquinação do demônio capitalista!"

E Gramsci sorri no seu túmulo.

Mas pior do que tudo é assistir à desqualificação de tudo o que se opõe a esses senhores.
Tropa de Elite torna-se Tropa das Elites; "filme fascista, que eu fiz questão de assistir pirata"; sim, essa eu ouvi de um dos professores, que enche a boca pra falar da sagrada Constituição, mas não parece ter o mesmo apreço pelas leis de direitos autorais. E o pior (nessa eu quase levantei e saí): ao falar do Cansei (frisando que eu não GOSTO do Cansei: é um movimento que tem os argumentos corretos, mas um fundo completamente oportunista, que não tem a legitimidade para falar em nome da classe média e que nem esperou os corpos dos mortos no acidente da TAM esfriarem para fazer politicagem), tomando como exemplo uma foto em que aparecem Ivete Sangalo, Ana Maria Braga, Regina Duarte e Hebe Camargo, esse mesmo professor comparou a posição da mão delas sobre o coração com uma saudação nazista...e, simultaneamente, desqualificando a opinião das mesmas, como se a Regina Duarte não tivesse credibilidade só porque nunca apoiou o Lula (sinto-me simpática à idéia contrária, que coisa) ou que a Ana Maria Braga não tem direito de opinar porque mostra receitinhas de manhã e anda com um "bofe" mais novo (os petistas de plantão podiam divulgar essas idéias para as donas de casa na época das eleições). Sou indiferente à Regina Duarte, não gosto da Ivete Sangalo nem da Ana Maria Braga e detesto a Hebe do fundo do meu coração, mas acho que o que elas fazem em suas vidas pessoais, profissionais ou mesmo seus posicionamentos políticos não as tornam retardadas mentais incapazes de emitir opinião, uma vez que TODOS OS CIDADÃOS têm esse direito - mesmo que alguns, talvez, não devessem ter, como esses irresponsáveis que estou sendo obrigada a ouvir.

E que venha mais um dia de ERED...

sábado, 22 de setembro de 2007

Hell de Janeiro


Status: Deprimida e comendo pra afastar a depressão (e que se foda o peso)
Ouvindo: Within Temptation - Say My Name (sim, isso não ajuda a afastar a depressão)

Ontem era uma sexta-feira feliz (redundância). Eram 21:20 da noite, e eu estava voltando satisfeita para casa.

FINALMENTE! Livre do trabalho, da faculdade, de todas aquelas pessoas entediantes e irritantes que eu atendo.

O melhor do final de semana, pra mim, não é o que eu VOU fazer, e sim o que eu NÃO VOU fazer. Não trabalhar é a melhor coisa do mundo; se eu fosse rica, vegetaria. Eu não trabalho porque gosto, nasci para vagabundear. Adoro ficar sentada, deitada, dormir e exploro quem eu puder mesmo, na cara dura. Porém, isso não me torna vagal no ambiente de trabalho - tenho profissionalismo suficiente pra cumprir com todos os meus deveres, uma vez que me prontifiquei a assumir responsabilidades e aborrecimentos (mais dos segundos que das primeiras) em troca de um salário. Talvez seja por isso que fico tão feliz quando chega o final de semana: eu vou de 8 a 80, em alguns momentos sou a típica porra-louca, em outros sou o ser mais certinho do mundo - e no trabalho sou exatamente esse ser chato que toma todos os problemas pra si e quer resolver coisas que levam um mês pra serem resolvidas em uma hora; no fim, acabo demolida de tanta estafa, torcendo pra tortura terminar, porque eu masoquistamente aumento minha própria carga de trabalho, mesmo odiando.

Resumindo: veio aquele momento mágico, em que meu professor de Direito Internacional Público disse: "...e na aula que vem, nós...", e eu irrompi pela porta sem ouvir o resto.
O fim de semana! A carta de alforria! A razão pela qual trabalhei como um burro de carga de segunda a sexta!

Entrei no ônibus, que veio rápido. Que maravilha! Estava lotado, mas nada é perfeito (e na minha vida, tudo tende a ser imperfeito além do normal, por isso nem reclamei (muito)). Ele vinha rápido pelas ruas, sem pegar engarrafamento - que raridade! Foi como um trovão...Maracanã, Riachuelo, Sampaio, Engenho Novo, Méier - passavam como um raio pela janela.

(Já mencionei que os motoristas do 383 são meio suicidas, né? Pensando bem, acho que não. Um dia eu conto. Ih, agora que estou percebendo...se eu morrer um dia numa batida do 383, este relato ficará documentado aqui, hihihi, a Sônia Abrão vai dizer que eu, "uma menina nova e cheia de vida, que coisa mais triste", estava prevendo minha morte...e daí pra cartas "psicografadas" é um pulo...)

(...chega de viagens, Bruna. Vamos à viagem que interessa.)

Continuando...
Eis que eu, distraidamente, olhava pela janela quando o 383 passava pela estação do trem do Méier em direção ao Engenho de Dentro. O Engenhão brilhava, na distância. Tudo parecia lindo, perfeito, meu final de semana dourado começando (tá, eu preciso repetir pra enfatizar o quanto eu AMO não trabalhar). Porém, eu ouço a palavra mágica, o "Avada Kedavra" carioca:

- É TIRO!

Eu estava em frente à porta de trás do ônibus, de pé; pude apenas vislumbrar as pessoas se jogando ao chão - "ao chão" é bondade, umas em cima das outras, pois o ônibus estava entulhado de gente - como se fossem um dominó vivo e com vontade própria, caindo primeiro os passageiros mais à frente e por último os da parte de trás: leia-se EU. Eu caí em cima de uma garota, um negão de 2 metros caiu em cima de mim e eu ainda estou incerta quanto ao fato de não ter quebrado nenhum osso. Parecia uma versão pesadelo de uma suruba.

Vale comentar a reação do carioca quanto à frase tão curta e tão significativa: "tiro".

Acho que em qualquer cidade do mundo, se alguém gritar "tiro" as pessoas não se jogam imediatamente no chão. Elas devem olhar umas para a cara das outras, rindo e pensando, "É maluco?", ou "Como assim tiro?". Tiros, para essas pessoas, é uma coisa distante, de filme de Hollywood cheio de efeitos especiais. Sei que é assim porque o Rio da minha infância era assim.

Para moradores de Bagdá, Darfur e do Rio de Janeiro, isso se tornou não apenas algo real: é algo corriqueiro e muitas vezes sequer é digno de atenção se ocorre a mais de 500m de onde você está. Tipo, "Olha, um corpo na rua. Coitado, né? E o filme que passou ontem na Globo, você viu?"

Se alguém no Rio grita "tiro", a reação AUTOMÁTICA é se jogar no chão. Você sequer pensa.

E eu, claro, me joguei. Ouvi o som dos carros em alta velocidade na contramão, sem ousar levantar a cabeça. Na hora, vieram alguns pensamentos à mente (é sério):

1 - Morrer em uma sexta à noite é muito azar. Pior que isso, só morrer na véspera do pagamento.

2 - Morrer no chão do 383 é muita POBREZA. Vão cobrir meu corpo com um jornal Extra (ou PIOR, um monte daquele Meia Hora escabroso) até que o rabecão venha me levar, umas 6 horas depois.

3 - Minha mãe vai ter que pegar empréstimo pra pagar meu caixão, porque não deixei nada (que bom, odiaria pensar que não gastei tudo o que poderia ter gasto).

Enquanto eu pensava, vi o ônibus se mover. Mas não para a contramão. Para a frente xD

Só ouvia neguinho gritando, "MOTORISTAAAA, VOLTAAAA", e outros, "VAI EM FRENTE, MOTORISTAAAA". Não queria estar na pele dele - especialmente levando-se em conta que até eu queria escalpelar o maldito depois, quando soube que na hora em que o circo pegou fogo ele simplesmente FUGIU e deixou o ônibus todo trancado. Se viesse um traficante e ateasse fogo ao ônibus, ia ser um espetáculo...

Hoje eu seria um churrasquinho e não estaria postando aqui ^^

Ninguém precisa ser herói, mas ele tinha que ter aberto a porta, caraca!

Quando caiu a ficha, eu tremia toda. Nada contra morrer, mas não gosto da idéia de levar um tiro (às vezes, de fuzil) sozinha, no meio de estranhos - e pior que morrer é acabar vegetando numa cama.

E nem sei se eu tremia mais de nervoso ou de raiva mesmo.
Eu pago imposto pra quê?! Pra isso?!

"Vítimas da sociedade" my ass. Acho que se eu ando na linha, obedecendo a lei, cumpro com meus deveres de cidadã e pago meus impostos, tenho que ser recompensada por isso. E qual é a recompensa que eu ganho? Viver refém de bandidos, torcendo pra não levar um tiro!

Acho que vou virar bandida também, é muito mais vantajoso. Bandido não paga IRPF, bandido pode andar armado e dar tiro em outros bandidos, e mais do que tudo - bandido tem uma horda de safados defendendo sua "dignidade humana" enquanto eles mesmos cospem na dignidade humana dos OTÁRIOS que nem eu, que escolhem ser honestos porque devem ter merda na cabeça.

Mas nem sei porque estou reclamando, sabe? Se a sociedade não se mobilizou quando uma criancinha de 6 anos foi esfacelada até a morte no asfalto, vai se mobilizar porque uma burra velha que nem eu quase levou bala? Tss.

A respeito do notório caso acima, eu nem sei porque lembrei disso agora, mas vi no Orkut uma retardada que disse que as pessoas só se comoviam com o caso do menino João Hélio porque era um menino de classe média, que crianças morriam de fome todo dia e ninguém se importava.

É uma idiotinha, porque não percebe a diferença óbvia entre um caso e outro.
Pessoas (não apenas crianças) morrem de fome diariamente, há milhares de anos, esse é um problema de solução muito difícil (na minha opinião impossível). É triste, mas verdade seja dita: não há novidade nenhuma nisso e não é culpa de ninguém especificamente. É resultado de toda uma conjuntura histórica.

E não, amiguinhos do meu coração: os EUA não criaram a fome no mundo. Podem contribuir com ela de uma ou outra forma, mas eles não são os culpados e nem os criadores exclusivos dela =*

Agora...foi a primeira vez (infelizmente não foi a única, agora com o caso da enfermeira arrastada, embora seja meio diferente) que um ser humano foi deliberadamente ASSASSINADO de forma cruel e lenta, tratado como se não tivesse valor, um "boneco de Judas". Todo dia eu acordo e sei que pessoas morrem de fome, se eu abrisse o Mozilla Firefox de manhã e a manchete do O Globo Online fosse "Crianças Morrem de Fome no Sertão" eu diria que eles descobriram a pólvora, nossa. Mas não é comum (que bom) que eu abra o Mozilla Firefox e veja que alguém que tinha um futuro brilhante, era criado com amor, morre daquela forma sem ter culpa de nada. Quem tem culpa é o canalha que é capaz de matar uma criancinha (foda-se a idade), e mais do que tudo, os ideólogos do assassinato, que justificam esse tipo de conduta com argumentos estapafúrdios. As mãos de vocês estão sujas de sangue, e vocês mereceriam apodrecer numa cadeia também. A culpa disso tudo é de VOCÊS, que não querem agir e não nos deixam agir.

Sabem? É isso aí. Vou virar bandida também. Mais do que isso - Serial Killer! Vou matar todos os donos de ONG de Direitos dos Manos - e o mais legal disso, eles vão ME defender porque eu sou humana! HAHAHAHAHAHAHA!

Por que existe o Estado?
A função maior do Estado é dar segurança. Não adianta dar comida, hospital e escola para um cadáver. Se o Estado não dá segurança, ele não cumpre com seu dever primordial.

E se ele não cumpre com seu dever primordial, não precisamos dele; que um dia os cidadãos de bem percebam isso e façam o que deve ser feito.

Porque, ao contrário do que os ideólogos de má-fé, pessoas que filosofam sobre corpos e sangue e são os advogados do indefensável gostam de dizer, a violência não é uma criação da "Rede Globo golpista", blá blá blá.

As balas que podiam ter me atingido ontem não eram uma ilusão holográfica global criada pelo Hans Donner, PAREM DE SER HIPÓCRITAS. E pior que isso é ouvir que a opinião da maioria legítima do povo não deve ser levada em conta porque a mídia lavou nossa mente. Sei, como quando a Globo fez na ocasião do Estatuto do Desarmamento, quando eles defenderam o "sim" abertamente e o povo inteligentemente escolheu o "não", né?

Quando a massa idiota vota no Lula subornada por bolsas (leia-se voto de cabresto institucionalizado), isso é a "democracia".
Quando a população se revolta por ter virado o alvo da Temporada de Caça, isso é o "pânico criado pela mídia". Vão catar coquinho, vão.

Sim, estou de mau humor. Comentários hostis serão hostilmente respondidos.

sábado, 15 de setembro de 2007

Pérolas da net I

Estou numerando as pérolas porque sei que, do jeito que o terreno onde eu colho essas maravilhas é fértil, vamos chegar aos milhares.

Eis a pérola desta semana...from O Globo Online, na área de comentários dos leitores.
Estou omitindo o nome do ser pra não me enrolar...mas vê se não dá pra rir?

A matéria era sobre endometriose...

"13/09/2007 - 05h 14m
Não sou especialista, mas creio que está tambem relacionado ao uso da camisinha, que atrofia o útero e prejudica fertilização da mulher. Acredito que seja uma visão e aplicação de Malthus. A liberação da mulher, o aborto, a relação livre, tem conotaão de ordem política, no sentido de destruir a família, e assim destruir a PÁTRIA. Muito cuidado com essas teorias de aborto, etc. Não são amigos do BRASIL."

1 - Os erros foram transcritos integralmente, não são MEUS e sim do iluminado autor deste comentário.

2 - Camisinha atrofia o útero? Sem comentários.

3 - O melhor foi ler que a camisinha é danosa porque ela prejudica a fertilização da mulher.
Eu achava que as pessoas usavam justamente por causa DISSO, não?

4 - O que diabos MALTHUS tem a ver com ENDOMETRIOSE?

5 - Sou contra o aborto, mas por motivos completamente diferentes desse fundamentalista retardado. Aí ele defende a posição dele com esses pseudo-argumentos e queima o filme de quem tem o que dizer. Quanto à liberação feminina...nem vou comentar quanto ao fato de a burrice dele evidenciar o quanto ele faz parte da parcela masculina que podemos denominar de ESCÓRIA - por que será que todo machista é um tapado e todo homem decente tem uma visão igualmente decente do mundo?

Au revoir.



quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Farsa

Olhem para esse lindo rostinho e agradeçam a ele.

Graças a ele, ficou GRITANTE que o embuste que a "democracia" brasileira é ruiu de vez.

Sessão secreta?! Que merda é essa?! Não colocamos esses caras lá para representar a NOSSA vontade?

Aí aparecem meia dúzia de demagogos falando do voto obrigatório, que temos que exercer a nossa cidadania...claro, eu tenho que sair de casa, cansada ou não, com chuva ou não, em um maldito domingo, pra escolher qual safado vou colocar lá (porque, no fim, não tem diferença NENHUMA entre qualquer um deles - e sim, no caso da política brasileira é perfeitamente possível generalizar, pois o estado do país após 20 anos de "democracia" comprova isso), mas depois de eleitos eu simplesmente não posso saber o que eles estão fazendo!

Se bem que eu SEI o que eles estão fazendo. Estão fazendo sexo extraconjugal, filhos; estão desviando dinheiro, pagando propinas, fazendo alianças benéficas somente a eles mesmos; estão aprovando leis demagógicas, bolsas isso, cotas aquilo, enquanto não há NADA de política séria.

Disseram que o Senado está desmoralizado. Não está, não. Esse não é um problema do Senado.

O BRASIL ESTÁ DESMORALIZADO.

Se tivéssemos um pouquinho de vergonha na cara, já estaríamos nas ruas, parando TUDO e TODAS as atividades das grandes cidades, uma vez que o problema é de sobrevivência, é superior a tudo! Eles estão nos roubando, nos enganando, e matando a todos nós em hospitais destruídos, escolas que não oferecem preparo para as crianças para que depois consigam ocupações decentes e se sustentem, uma política de segurança NULA e que consiste em lamentar a má sorte das "vítimas da sociedade" e, mais do que tudo, a tentativa canalha de arrancar dinheiro de nós com CPMF quando já trabalhamos como escravos o ano inteiro para pagar uma das maiores cargas tributárias do mundo!


É isso aí, povo brasileiro, RIAM, sejam o povo mais alegre, gentil e hospitaleiro do mundo, continuem rindo e ignorando tudo como se fossem autistas, e depois reclamando que nada melhora, riam mesmo porque vocês não têm moral para CHORAR, pois a culpa é de vocês mesmos!

Este país só tem mesmo duas saídas: Congonhas e Galeão.
(ops, Congonhas não.)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

nAuM gOoxTüU dÍhH rÓoOtUuULUuÜxXx


Caro leitor, por favor, não feche a página.
Eu não virei emo.

Apenas usei a frase lugar-comum de todo emo (e de alguns góticos também, por sinal) para abrir o post.

(obs.: se você não conseguiu compreender, eu escrevi "Não gosto de rótulos." Sim, eu compreendo você, leitor, também odeio o miguxês do fundo do meu coração. Mas isso não vem ao caso agora.)

Hoje foi um dia caótico. Tive que passar o dia inteiro na faculdade para resolver problemas de reinscrição em disciplinas; passei o dia inteiro aqui e até o presente momento não tem NADA resolvido. Muito pelo contrário: parece que vou me ferrar de novo.

Mas tudo bem, já me estressei o suficiente, já chorei o suficiente. Agora, seguir adiante.

O fato curioso do dia é que uma colega, ao me encontrar, disse, olhando para meu cabelo e minhas roupas:

"- Você é meio punk, não?"

Cara, essa me matou de rir. Punk? PUNK?!
No dia em que acharem um punk direitista, me apresentem.

Tipo, eu gosto de algumas roupas, alguns penteados e alguns sapatos específicos, mas acho uma besteira atrelar seu visual a um determinado estilo de vida. Tipo, "sou gótico, por isso vou só me vestir de preto". Não! Veste-se de preto quem quer - góticos ou não - e pra ser um gótico você não precisa se vestir de preto. Conheço vários punks e góticos que não se vestem como o estereótipo de um e no entanto são punks e góticos mais verdadeiramente que muitos posers por aí.

Hoje em dia parece que tudo precisa ser nomeado, tabelado, classificado, credo.
Já viram a quantidade de "síndromes" que existem hoje em dia? Hoje a pessoa não tem mais tristeza, alegria, euforia, vontades: elas têm "síndromes", devidamente nomeadas e catalogadas por "especialistas". Antigamente, você ouvia a palavra síndrome e já sabia tratar-se de um problema médico: hoje a gente tem que prestar atenção, por que o que tem de "síndrome" criada por marqueteiro...

Acha-se explicação para tudo, até o que não necessita de explicação nenhuma. Exemplo: outro dia li no O Globo Online uma correlação no mínimo RIDÍCULA entre o modo que as mulheres comiam chocolate e suas vidas sexuais, sem o MENOR embasamento científico decente. Recentemente também foi constatado que a maioria das pessoas diagnosticadas com depressão na verdade estavam só tristes. Ou seja, essa é a ÂNSIA de transformar sentimentos em algo a ser estudado ou curado, em buscar explicações de impulsos e instintos físicos em algo estúpido como comer chocolate.

Parece que existe uma enciclopédia da vida e todas as pessoas parecem ansiosas para encontrar todas as respostas às suas dúvidas ali, prontas, é só abrir a letra "A" e você achou amor; como sentir amor, por que você sente amor, como se livrar de um amor indesejado...e, claro, citações de milhares de "síndromes": a síndrome de quem sente muito amor, a síndrome de quem chora por amor...etc..

Você abre a página "metaleiro" e acha uma descrição completa de como são e se comportam metaleiros, como se aquela fosse a fórmula pela qual seria possível conhecer todos os metaleiros pela simples e mera descrição de UM deles ou um padrão aproximado de comportamento e indumentária.

É por isso que, parafraseando os emos, eu não gosto de rótulos.

Pessoas não são como latas de ervilha em conserva, produzidas da mesma forma, com o mesmo conteúdo e com a mesma embalagem. Pessoas são diferentes, mesmo que na superfície pareçam iguais. Por mais semelhantes que sejam duas pessoas, elas NUNCA serão iguais. Dois góticos, dois emos, dois metaleiros, dois nerds, duas patricinhas podem ser semelhantes em alguma coisa sim, que é justamente o que motiva a tentação nas outras pessoas de colar-lhes um rótulo na testa.

Mas eles são eles mesmos, individuais e únicos.
A padronização não existe e a igualdade é apenas uma idéia tola que favorece ideologias nocivas.

Eu não sou punk nem coisa nenhuma.
Sou apenas a Bruna.

Prazer. ^^

Agora vou olhar as estrelas no céu. Todas brilhantes, azuis. Porém, todas diferentes, belas à sua maneira.

(obs.: são 15:25 e eu menti. não dá pra ver estrelas a esta hora, mas eu procurava um final poético pro post, perdão XDDD)

(obs. 2: segundo essa descrição da imagem eu pareço emo XDDDDDD)

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

A chapinha (e outras frescuras femininas) II


Ouvindo: Theory of a Deadman - Santa Monica
Status: Comendo (sim, eu janto na frente do PC, sou nerd, algum problema?)

Não, eu não fiquei louca. Não estou repetindo post. Olha o "II"zinho lá, ó.

O que acontece é que esse assunto da estética rendeu; recebi dois ótimos comentários, e ainda aconteceram algumas coisas que me fizeram pensar.

Ainda no sábado, logo após fazer a bendita escova, peguei uma Kombi de volta para casa.

Sim, uma Kombi. Passado negro que vou esconder quando for rica, HAHAHAHAHA!

(brincadeirinha)

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(ou não)

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(talvez sim...mas voltemos ao assunto)


Bem, eu entrei na *cof, cof, cof* Kombi e vim pra casa. Cabe aí um grande parêntese:

"Por que diabos Kombi se existe ônibus?!"

Aí é que está. Vocês já ouviram falar na linha 654?
Procurem no Rio Ônibus. Vocês NÃO a acharão.

Eu pego essa MALDITA Kombi horrorosa porque essa "linha" só existe em transporte pirata, não existe de verdade. E se eu pegar ônibus pra ir ao curso de francês, pago DUAS passagens, enquanto que se pegar a Kombi pago uma só.

Claro que o barato às vezes sai caro. Velhas gordas me amassando no banco, mulheres com seis crianças uma em cima da outra (todas de pais diferentes, claro), gente com cachorro (sim, ACREDITEM) e o pior de tudo, a certeza de que eu já sofri o suficiente nessa vida e não mereço mais: o FUNK como trilha sonora dessa viagem paradisíaca ao inferno.

Mas enfim...continuando o assunto.

Um dos motoristas é um cara, nem bonito nem feio, antipático, de uns 28 anos, com uma Kombi destruída e horrorosa cuja porta ele fecha com um cadarço de tênis (quando ele quer, devo frisar, porque já cansei de sair com aquele energúmeno mantendo a porta aberta). Nunca fui muito com a cara dele, especialmente porque é funkeiro (SIM, contra funkeiro sou preconceituosa sim, odeio odeio odeio! - se bem que nesse caso nem é classificável como preconceito, é um conceito formado e sedimentado com base em constatações empíricas: resumindo, eu ouço a putaria das letras e vejo a putaria dos bailes - pela TV, FRISANDO SEMPRE), e nem ele ia com a minha, ou ao menos assim eu achava, especialmente pelo fato de que eu pegava a Kombi dele quase todo sábado e nunca havíamos trocado nenhuma palavra exceto:

"- Ei, a porta está aberta.", eu protestei, quase voando pra fora da Kombi.
"- Eu sei.", respondeu ele, mal-humorado, como se fosse a coisa mais normal do mundo viajar de porta aberta e eu fosse uma mala-sem-alça.

(eu sou, mas nesse caso eu tinha razão.)

Mas eis que sábado eu entro, e ele abre a porta da frente:

"- Aqui, princesa.", com aquela cara de Casanova do subúrbio.

Eu só fiquei olhando com aquela expressão indefinível, cuja definição imperfeita e aproximada seria algo como "huh?", ou em bom inglês, "wtf?!"

Passou a viagem toda me cantando. Quando quis descer, disse a ele:

"- No ponto ali depois da esquina. Ou na esquina mesmo, se puder."
"- Onde você quiser, nem." (com um estranho olhar fixo)

Deixando de lado o fato de eu odiar ser chamada de "nem" (coisa de funkeiro), apenas me limitei a agradecer a estranha gentileza do mancebo e descer. Na esquina, claro.


Achava que o feitiço da chapinha havia se dissipado. Estava redondamente enganada, claro.

Hoje à tarde estava saindo do meu trabalho para almoçar (ou melhor, enfiar pela goela algum exemplar de junk food), quando vejo dois coroas (ridículo velho que se presta a esse papel) dizendo, com aquela inconfundível voz arrastada:

"- Oi, amor"
"- Boa taaarde"

Cabe aí novo parêntese.
Aparentemente as frases acima parecem normais. "Pobres velhinhos", alguns incautos devem pensar. "Só queriam dar boa tarde."

MY ASS.

Qualquer mulher reconhece o truque mais velho de tarado que é dar aquele "boooom diaaaa" naquele tom de voz esquisito e inconfundível - e se você olhar pra ele, ali estará, babando e olhando pra vc com aquela expressão que o Maníaco do Parque devia ter.

Ignorei os dois, e fui à lanchonete. Retornando, dei a volta no quarteirão, pq não queria encontrá-los xD

E eis que ao chegar ao ponto de onde parti - a porta do meu local de trabalho - vejo os dois na porta.
E eles eram... TCHARAM! - auxiliares de serviços gerais do MEU PRÓPRIO TRABALHO, que estavam mais que cansados de ver minhas formas gordas! Eu não sabia se ria ou chorava.


Digam o que quiserem. "Ah, eu gosto de mulher de cabelo cacheado". Sei.
Não sei quanto às outras, mas minha chapinha é mais poderosa que macumba. E vou continuar usando, HAHAHAHAHAHA, afinal, já são 23, daqui a pouco fico pra titia XDDDD

(se bem que só atraí gente imprestável dessa vez. mas tudo bem.)

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O outro tópico de estética foi...

BRITNEY SPEARS NO VMA!

Teve gente que disse que ela está gorda.
Teve gente que criticou quem disse que ela está gorda.

SIM, ELA ESTÁ GORDA.
Especialmente levando-se em conta que ela é uma cantora, uma show-girl, e mais do que ninguém tem a obrigação de estar sempre linda.

Só achei interessante que muitos homens a defenderam nos comentários do O Globo Online. Disseram que ela está linda e gostosa assim. Pode?!

Eu não consigo acreditar que alguém possa achar essa carcaça do que já foi um sex-symbol bonita - especialmente comparando com a beleza que ela um dia teve. Ela está gorda sim, e maluca. Aff.

Enfim...cansei de escrever xD

domingo, 9 de setembro de 2007

A chapinha (e outras frescuras femininas)


Ouvindo: Ayreon - Day Eleven: Love
Status: Olhando desolada para a bagunça no quarto, mas com preguiça de arrumar.

Ontem saí de casa morena e com cabelos encaracolados e, algumas horas depois, voltei ruiva e alisada - e com um piercing no nariz.

Falem o que quiserem - faz um puta bem pra auto-estima.
Acho que nasci morena por um erro da natureza, não é possível. É impressionante o quanto fico mais bonita com minhas madeixas vermelho-fogo.

Sou daquele tipo de mulher que cansa da própria cara facilmente. Um certo dia, acordo e digo:

"- Cansei de você, Bruna.", e então me torno outra.

Estava com meus cabelos castanhos - e não há nada no mundo que eu considere mais sem-graça que cabelo castanho. Por mais que hoje em dia existam muitas louras e ruivas, elas se sobressaem na multidão, não adianta, pelo simples fato de que 90% dos brasileiros têm, naturalmente, cabelos castanhos/negros; afinal, sendo um povo oriundo, em grande parte, de índios e negros, não poderia ser diferente, e mesmo os portugueses não são, na maioria, loiros nem ruivos, e sim brancos de cabelos castanhos.

O cabelo castanho é bonito, o problema é andar por aí igual a todo mundo. Por conseqüência, ele se torna sem-graça. Você vê por aí alguém falar, "putz, amo mulher de cabelo castanho"? Claro que não, isso é o lugar-comum, é o básico, o feijão-com-arroz.

Por favor, sem babaquices estilo "aceite-se-como-é".
Pra quem não sabe, essa é a frase que mais odeio no mundo.

Quem se aceita como é, na verdade é um babaca conformista (que, aliás, por conseqüência aceita a própria babaquice também). Se eu nasci com uma aparência x, por que diabos tenho que morrer com ela? Por que Deus quis? Más notícias, sou atéia.

Acho que a gente tem que ser o que quiser! Não por pressões ou preconceitos sociais (tipo a mulher que alisa o cabelo pura e simplesmente para parecer branca), mas para se diferenciar como indivíduo, para se sentir mais bonita. Imaginem que saco se todos tivessem a mesma cara, usassem as mesmas roupas...

Ops! Voltamos ao "aceite-se-como-é".
Tem gente que usa esse argumento como justificativa pra esse raciocínio besta. "Ah, o mundo seria tão ruim se todos fossem bonitos, magros, altos"...

BURROS!
Para essas pessoas, a oposição loura-morena é da mesma natureza que a oposição gordo-magro.
Não é assim que a banda toca, não!

(fora que é bem conveniente para alguns..."eu sou bonito, mas você que é feio, ué, conforme-se, aceite-se como é"...coisa de gente egoísta)

Acho muito legal que as pessoas usem roupas diferentes, pintem o cabelo de cores diferentes, usem lentes, acessórios, façam o escambau. Mas não vamos dizer que alguém que está com 200 kg é só "diferente", é algo legal, a sociedade é que não tem sensibilidade para perceber isso, "por isso ame-se, gordinho, como você é!". Vão catar coquinhoooo!

Obesidade é DOENÇA, MATA, ao dizer pra um gordinho pra ele esquecer as dietas e se aceitar você está ASSASSINANDO uma pessoa! E nem venham com essa de "boas intenções", eles têm mais é que ficar chateados mesmo, tristes, por que aí começam a reagir! OBESIDADE É FEIO PRA KRALEO, É DOENÇA, NÃO TEM COMO FICAR FELIZ COM ISSO!

E dessa vez, eu tenho TODA a legitimidade para falar sobre o assunto.
Desde criança, eu luto contra a balança, e posso dizer que sou a pessoa mais infeliz do mundo quando estou gorda. E isso é ótimo, porque aí faço dieta e emagreço - e quando emagreço, TUDO melhora, desde minha energia pras minhas atividades até o campo afetivo.

Não tem que se aceitar como é MERDA NENHUMA.
Tem que melhorar!

Tá gorda? Faz dieta!
Tá feia? Faz plástica!
Cabelo é ruim? Faz chapinha!

Ah, a chapinha. Esta é um capítulo à parte.

Quando eu uso o termo "cabelo ruim", os politicamente corretos têm arrepios.
"Ruim por que é negro, né?", dizem eles. Nada disso. Eu não tenho problemas com a minha ascendência negra (orgulho não tenho porque eu acho uma idiotice ter orgulho racial, isso fica para um post posterior); como já disse antes neste mesmo post, acho que não tem nada a ver alisar o cabelo só pra corresponder às expectativas de uma sociedade de padrão de beleza branco. A pessoa tem que alisar porque acha mais bonito, porque se sente bem.

E SIM, eu acho o cabelo mais bonito liso do que crespo, e não sou uma racista.
No dia em que eu dormir com o cabelo crespo e acordar com ele penteadinho como fiz hoje com ele escovado, vou achar meu cabelo bom.
Minhas razões são puramente pragmáticas, e contra isso não há argumentos.

Tem gente que é cheia de frescuras com esse tipo de assunto.
O cabelo ruim tem esse nome porque é ruim, ué! As próprias cabelereiras dizem que o cabelo dito "étnico" (denominação mais idiota do século, parece que só negro tem etnia) é muito mais frágil que os outros, mais sensível aos tratamentos químicos e tinturas...

Se é mais frágil, se é difícil de pentear e de arrumar, é RUIM!
Querem que eu desenhe? Que coisa!

O negro tem sim um cabelo pior que o branco, bem como o branco tem uma pele pior que a negra (basta ver os consultórios dermatológicos pra ver quem é mais acometido por câncer de pele, manchas senis...). Cada raça com seus pontos positivos e negativos, é natural!

Reconhecer as diferenças é diferente de atribuir valores diferentes às pessoas.
Brancos e negros não são melhores ou piores uns que os outros. São apenas diferentes.

Mas enfim...hoje eu dei a desviada-mor no assunto! xD

Voltando à chapinha...
Como eu estava com meu cabelo vermelho, a chapinha se tornava mais que essencial, uma vez que cabelo vermelho e cacheado não fica tão legal, sei lá, questão de gosto pessoal mesmo xD
Aí agora ele está lisim e vermelhim ^^

E tem o piercing também...
Há ANOS eu sou louca pra colocar um. Mas sou uma medrosa de carteirinha: tenho pavor de injeção e só ficava adiando...

Ontem coloquei um nostril e achei que ficou lindo *-*
Depois q estiver mais cicatrizado, vou trocar a jóia (que veio grátis na promoção xD), e pretendo colocar um na sobrancelha mês que vem também, de tão tranqüilo que foi. Altamente recomendado: e tem o selo de aprovação da medrosa aqui xDD

Bjusss all!

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Apagando as velinhas. Ou seriam as velhinhas?

Ouvindo: Megan McCauley - Die for you
Status: Com uma pança enorme...enjoada...não, não estou grávida, só acho que comi demais.


Não, não é meu aniversário.

E eu diria: "felizmente". Afinal, é público e notório o pavor semi-patológico que tenho de envelhecer.

Se eu acreditasse em videntes (bem, na verdade, "se eu acreditasse em alguma coisa") e uma dissesse, "Bruna, você vai morrer amanhã", eu suspiraria e diria:

"- É, né? Fazer o quê."

Não tenho medo de morrer: a morte é, como diz a famosa citação de Fernando Pessoa, não ser mais visto, é a curva da estrada. É uma situação que todos que estamos vivos viveremos um dia - ou melhor, NÃO viveremos. É por isso que assusta a maioria das pessoas: é algo que não é uma vivência, uma sensação, é justamente a não-vivência, a não-sensação.

A não-existência. Para um ser vivo, cujo instinto máximo é o de auto-preservação, a idéia de não existir, de se decompôr e, como dizem os religiosos, "voltar ao pó", é realmente a coisa mais pavorosa do mundo. Não surpreendem, portanto, todas as explicações fantasiosas criadas para amenizar esse pavor, como as virgens que esperam pelos corajosos homens-bomba e o julgamento do Todo-Poderoso que leva os bons para o Céu e os maus para o Inferno - mito conveniente para fazer as pessoas pensarem que todas as injustiças serão corrigidas, um dia, por alguém onisciente.

No entanto, para um ateu, de forma geral, encarar a morte pode ser a coisa mais simples e a coisa mais difícil do mundo.
Se não acreditamos em deuses, somente resta a crença de que com a morte entraremos em um escuro, um sono sem sonhos do qual jamais acordaremos. Não há outros planos, outras vidas, continuidade - há apenas o fim. A curva da estrada de Pessoa, na verdade, para um ateu termina em um barranco.

A idéia pode trazer a mais perfeita paz ou o mais completo desespero.
Uma vez li que Darcy Ribeiro conversava com alguém religioso, pouco tempo antes de morrer, e essa pessoa dizia coisas no estilo "não tema, Deus está com você, blá blá blá". E o moribundo apenas replicou, às lágrimas: "Eu realmente queria tanto, tanto acreditar nisso".

É o preço da verdade.

Creio que alguém que morre achando que vai para o paraíso de um Deus misericordioso com certeza tem um fim menos atormentado que alguém que simplesmente acha que vai apodrecer
sob sete palmos de terra.

Claro, se for uma pessoa nesse estilo. Eu pertenço ao segundo tipo de ateu.

Dificilmente seria abalada pela idéia de apodrecer em um caixão. Eu imagino a morte como um sono sem sonhos, e só. Você simplesmente apaga, e só. Some. Não há porque chorar a perda de si mesmo - você só pode chorar a perda dos outros. Quando você se vai, não há motivo para angústia. Simplesmente acabou.

O fim. O fim de tudo. O fim de uma vida de agonia.

Sim, a morte pode não apenas ser uma idéia tolerável como até sedutora em certas situações. Que o digam os suicidas. (e que bom, aqui nem posso ser censurada como já o fui em alguns fóruns.)

Porém, o envelhecimento não é o fim. É o meio.
Se a morte é o destino de todos nós, a velhice é a estrada dura e tortuosa que nos leva em direção à curva que está lá, no fim. Uma estrada que começa bonita, iluminada, asfaltada, arborizada...com um horizonte que você nem mesmo consegue ver, mas que está lá, ao longe - e nem interessa vê-lo! Com tantas coisas interessantes para ver pelo caminho...tantas pessoas a seu lado...
Conforme o caminho prossegue, vão surgindo buracos...pedras...obstáculos...
E todos que caminhavam a seu lado vão embora, aos poucos. Até que, no trecho final, você vai, sozinho, arrastando-se pelo último trecho da estrada da vida, em direção àquela curva nítida no fim.

Não faz sentido temer a morte porque, a princípio, ela virá para todos nós (exceto o Bixu Lezadu), ou seja, não podemos ficar neuróticos tentando evitar o inevitável. Porém, o envelhecimento é uma desgraça QUASE certa - que pode ser evitada se você morrer jovem.

Só que aparentemente as pessoas não querem morrer jovens.
Aliás, elas não querem morrer. E o envelhecimento é justamente a decrepitude do corpo, que conduz à morte - neguem como quiserem isso com eufemismos politicamente corretos à vontade, que não vão mudar a realidade.

"Sabedoria", bah! Grande sabedoria você terá para compartilhar numa cama, usando fraldas geriátricas, sem sequer lembrar quem é você mesmo!

Não há NADA de bom em envelhecer. Nem mesmo é um grande feito - basta não morrer e você fica velho. Não entendo aquela pelação de saco com algumas pessoas que ficam muito velhas, tipo a Dercy Gonçalves, grande merda! Eles não fizeram nada, só não morreram, ué.

Ainda.
(porque se não morressem NUNCA, aí sim, eu dava meu braço a torcer)

Mas continuando...
Eu não agüento esses papos de "melhor idade", "a vida começa aos 40" (a mais hipócrita de todas, TSSSS)...até parece...todo mundo com 15, 20, 25 anos só ali, com as mãos suadas, trêmulo de ansiedade:

"- Não vejo a hora de começar a viver!"

Vão catar coquinho, vão.

Você que está lendo isso deve estar se perguntando: "Por que diabos a Aeris está tão revoltada hoje?"

Tipo, acabei de vir de uma festa de aniversário - a aniversariante em questão acaba de completar 51 anos de vida. Desejei a ela felicidade e saúde, e talz, e uma pessoa perguntou como ela se sentia aos 51 anos.

Resposta:
"- Ah, mais linda do que nunca! Agora, aos 51, eu me sinto mais mulher, mais segura."

PERAÍ, MAIS LINDA DO QUE NUNCA?!
Ah, não, eu não me conformei com essa frase, isso não entra na minha cabeça.
Precisava escrever um post para desabafar xD

Se bem que ainda tenho 23 anos.
Talvez quando chegar mais perto da curva da estrada possa ter mais legitimidade para falar sobre isso.

Sei lá.

Ah, que se foda xD

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Insubstituível...


A pior notícia do dia. E o dia mal começou, mas duvido que haja algo pior que isso.

Hoje se foi um artista de verdade. É importante frisar isso porque hoje em dia qualquer merdinha é um "artista".

Apareceu no Big Brother? Você é um "artista".
Apareceu pelada na Playboy? Você é um "artista".
Você dança o Tchan e na "boquinha da garrafa"? Você é um "artista".

O conceito de artista foi totalmente desvinculado do conceito de arte. Pra ser um artista atualmente, você não precisa ter inteligência e conteúdo, basta ter carisma e/ou uma bunda grande. Nada contra ser um idiota bonito, é uma sorte danada - eles ganham bastante dinheiro - mas cada vez que alguém diz que eles são artistas me dá vontade de socar.

Classificar a Scheila Carvalho e o Salvador Dalí como a mesma coisa é algo que causa urticária na minha pessoa.

É por isso que o dia hoje é tão triste. Morreu um artista de verdade, no real sentido da palavra.

Adeus, mestre...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Cara-de-pau

Ouvindo: Frozen Silence - Dream of a Butterfly (música linda, quem gosta de música ambiente com piano pode pegar, altamente recomendada)
Status: Inchada (malditos hormônios)

Ai, ai...
Dizem que sou maluca, mas às vezes acho que sou certinha demais.

Quem me conhece pessoalmente riria ao ler a frase anterior.

"Certinha? VOCÊ?"

Minha fama me precede, eu sei.
Mas no fundo, acho que sou certinha demais sim. Especialmente levando-se em conta os últimos fatos.

Existe um certo homem no meu círculo de convivência (trabalho, faculdade ou amigos, não vou determinar) que me interessa e muito. Mas eu sei que ele é muita areia para meu caminhão, por isso nem tenho muitas esperanças.

"Nossa, Aeris, que falta de auto-estima". Não, não é isso. Eu sou REALISTA.
Digamos que o Brad Pitt aparecesse aqui na porta da minha casa perdido, conversando comigo todo simpático...se eu achasse que eu teria alguma chance com ele seria bem IDIOTA, não? Se ele é lindo, rico, casado com a ANGELINA JOLIE, por que diabos olharia pra mim?

Não estou chorando nem me lamentando com isso, é a vida e eu tenho que me conformar.
Vou procurar uma pessoa dentro das minhas possibilidades.

Também não quero que o leitor pense com isso que eu sou uma coitadinha modesta e humilde.
"Minhas possibilidades" é algo bem alto, podem ter certeza. Eu posso muito. Tanto que estou sem namorado há mais de um ano porque QUERO; oportunidade não faltou, mas sou muito seletiva.

Alguns dizem até CHATA.

Porém, tenho auto-crítica. Minhas possibilidades não querem dizer "tudo".
O homem em questão é mais bonito que muitos atores globais, é inteligente, jovem e simpático, culto...enfim, um modelo de perfeição. Eu tenho total consciência de que não estou à altura dele, nem é menosprezo, é constatação mesmo. Por isso, fico na minha.

Eu e minha mania de me desviar do assunto.
Continuando, então.

Vocês sabem como é mulher.
Homem, quando vê uma mulher que interesse a ele, vai direto nela, solta uma cantada bem infame, praticamente põe um outdoor dizendo que está a fim. Quando não faz isso, ou seja, é mais tímido, deixa umas bandeiras CLARAS.

Mulher, não. Fica fazendo doce, fingindo que não quer nada quando na verdade quer tudo.
No máximo, joga uma bandeirinha pra lá e pra cá, bem sutilmente - na maioria das vezes, tão sutil que o cara nem percebe e o coitadinho ainda sai com fama de insensível da situação.

Enfim...vocês podem imaginar o quanto um Adônis desses causa frisson entre a ala feminina. E causa.

Porém, se fosse a Ellen Roche no meio de um bando de marmanjos, esse efeito seria facilmente visível nos pescoços torcidos e nos queixos caídos. Como o jovem mancebo se encontra em meio a mulheres que querem parecer cheias de finesse all the time, aparentemente tudo se encontra normal.

Mas a verdade é que o local em questão está pegando fogo.

Não tem uma moça solteira ali que não olhe para ele. E, por que não dizer, mesmo as CASADAS não ficam inertes. Mas mesmo assim, mesmo suando só de passar perto dele, nenhuma delas demonstra um PINGO de alteração.

Isso é bem coisa de mulher, estar a fim mas não demonstrar.
Ah, se vocês homens soubessem quantas oportunidades vocês perdem desistindo de garotas que só esperam que vocês se esforcem mais para conquistá-las (quando na verdade elas já FORAM conquistadas)...

Como sou mulher (mesmo que mentalmente hermafrodita - vide post anterior), eu me mantenho aparentemente incólume ao rapaz também.
Mesmo em situações como a de hoje: eu ocupada, distraída, e subitamente ouço aquela voz grave no meu ouvido dizendo:

"Nossa, como você está cheirosa".

Nessas horas o auto-controle desaba xD
HAHAHHAHAAHHAHHAAH XDDDDD

Mas eu usei o que restava dele e disse (acho que afetadamente demais, droga) que era meu perfume novo, o Bright Crystal...

E assim tem sido a minha vida. Querendo o cara mas ao mesmo tempo convencida de que ele não é pro meu bico. Mas isso até é divertido. Vocês sabem que nunca terão uma Ferrari mas nunca deixam de babar quando vêem uma, né?

HAHAHAHHAHAHAHAHHAHA XD

Mas aí é que entra o "cara-de-pau" do título.
As mulheres, por uma espécie de recato (meio natural, meio cultural) que nos leva a agir dessa forma, fingindo desinteresse, ficam ali, apenas circulando em volta, olhando, no máximo insinuando com brincadeiras. Mas eis que uma senhorita em questão não age assim.

Em sua ousadia, ela chega mesmo a acariciar o PEITO do rapaz!
Quando viu minha cara de chocada diante do fato, ainda disse:

"- Viu? Agora estou realizando o sonho de TODAS vocês! HAHAHAHA!"

Não é uma cara-de-pau fdp? HAHAHAHAHAHAHA xD
E ela não mentiu! Ele é meu sonho de consumo e o é para muitas outras ali, tenho certeza xD
Ela, sabedora do fato de que jamais será a eleita (especialmente porque ele, como todo homem muito gato, é galinha, e já tem duas louras a tiracolo, e também pelo fato de ser uma balzaquiana, casada e com filho) , pensou, "ora, se não vou tê-lo inteiro, ao menos uma casquinha vou tirar".

E isso nem foi esperteza, é uma idéia que surgiria na cabeça de qualquer mulher tarada, ou seja, quase toda mulher. Só que ela foi cara-de-pau o suficiente pra executar! E foi esse o diferencial!

Uma pessoa sem repressões internas, a famosa "cara-de-pau", "cara-dura", consegue tudo mais facilmente na vida. É aquela pessoa que beija sem esperar o sinal de concordância - e mesmo que leve um tapa na cara depois, ao menos já conseguiu o beijo. É o cara que mete as caras, sem medo das conseqüências. É a pessoa que sempre diz "não", pouco se lixando pra cara de quem teve algo negado. É a pessoa que põe a roupa que está a fim de usar no dia que está a fim de usar, cagando e andando pros olhares atravessados na rua.

Eu me considero meio cara-de-pau sim.
Mas depois dessa lição...descobri que preciso exercitar essa virtude xD

E houve outra lição, essa na faculdade, hoje.
Meu professor de Metodologia Jurídica:

"- Hmm...amanhã não darei aula. Vocês precisam de tempo para ler o texto que passei."

*Vendo que a desculpa não colou*

"- ...e...as minhas costas dóem. Temos que ter amor ao nosso corpo".

E saiu, alegremente, às 18:25 (isso porque a aula dele terminaria às 19:45)



Eis um mestre da cara-de-pau em ação.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Meu lado masculino

Ouvindo: Beseech - Lost (sim, música depressiva)
Status: Retorcendo-se de dor, na frente do pc (óbvio)

Bom...começando o primeiro post do blog.


Esta semana voltei às aulas na faculdade. Admito que não sou exatamente o tipo de pessoa que fica roendo as unhas para rever os amigos - sou naturalmente anti-social.

(Abrindo um pequeno parêntese: quando digo que sou anti-social, não digo que odeie pessoas nem que nunca goste de conversar, pelo contrário. Só que gosto da solidão. Gosto de ficar sozinha e quieta. As pessoas me acham um E.T. quando digo isso, mas o que há de se fazer? Para mim, ficar sozinha é tão divertido como uma festa numa boate sábado à noite. Adoro ficar na companhia apenas dos meus pensamentos. E a minha cabeça não é nada silenciosa: faz um barulho que vocês não fazem idéia.)

Continuando.
Bem, eu voltei às aulas. Não estava morrendo de saudades nem das pessoas que eu gosto de lá (que são poucas, frisando bem), que dirá de chegar em casa às 23:00 depois de trabalhar o dia todo. Minha vida sempre foi uma falta de tempo danada, e 4 ou 5 horas a menos disponíveis por dia não ajudam muito. Mas, enfim, fazer o quê, nada na vida vem fácil; se quero meu diploma, vou ter que fazer sacrifícios.

Um dia poderei rir das meninas que vejo saindo aos sábados, que daqui a 10 anos estarão lavando cuecas por aí enquanto eu ganho um salário (e honorários) recheado de zeros.

Vamos lá, Bruna, persevere.

Err...estou me desviando demais do assunto hoje.

Continuando. [2]
Uma das "poucas pessoas" anteriormente mencionadas, a minha colega (que já posso chamar de amiga) Gabriela, comentou comigo que estava lendo o livro "Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor". E estava adorando.
Sei que alguns leitores devem estar lendo isso e falando, "Blerggghhh, que livro idiota". É idiota sim, eu já li. Mas é bem legalzinho. Comprei em São Paulo numa promoção na Saraiva, e não me arrependi. O tipo de livro que não vai acrescentar nada em sua vida, mas é entretenimento garantido.

Olha, desviando de novo.
Continuando. [3]
A semana INTEIRA ela falou do bendito livro e de como as situações ali descritas se aplicavam totalmente à vida dela com o namorado. Ela era a "mulher-estereótipo" do livro: tinha dificuldades com mapas, grande capacidade de empatia, necessidade de diálogo. O namorado era o "homem-estereótipo": mente analítica, semi-monossilábico, incapaz de fazer tudo ao mesmo tempo.
Eis que eu comento com ela que segundo o livro eu tenho uma mente mega-masculina. O teste do livro inclusive me colocou claramente na zona "masculina" de pensamento. O que mais me chocou é que EU esperava chocá-la com essa revelação "bombástica", mais ela então vira e diz:

- Ah, mas isso eu já sabia! Você tem umas atitudes totalmente masculinas mesmo, pelo que você conta do que fazia com seus ex-namorados!

Cara...EU fiquei meio passada com a revelação! Sou uma espécie de hermafrodita cerebral?
Tenho fortes características femininas, como o fato de chorar por qualquer coisa, ser fofoqueira (sou mesmo, mas não prejudico ninguém, mas eu assumo, falo dos outros mesmo - piores são as outras, que também falam mas não assumem), torrar dinheiro impulsivamente e ser muito observadora.

Mas...
Não é toda mulher que joga videogame como uma fanática, ouve black metal, odeia discutir a relação e...vira pro lado e dorme depois do sexo.
Sim, eu amo dormir.

Acho que tenho uma mente meio estranha. Isso ficou meio que dormente na minha cabeça a semana toda, e voltou à tona agora que estou morrendo de dor, com uma cólica menstrual horrorosa.
Maldito cromossomo X! Culpa do meu pai! Por que não botou um Yzinho???

Se eu fosse homem, tudo seria mais fácil. Meu cérebro é 50% homem! Não seria tão difícil assim.
Claro que eu detesto mulher. Mas eu poderia ser um viado.

Ou não. Acho que eu seria celibatário.

A vida de vocês homens é fácil demais. Vocês não se constrangem ao ir a banheiros fora de sua própria casa. Sabiam que mulheres são muito mais acometidas de prisão de ventre que homens simplesmente porque não conseguem se sentir confortáveis com a idéia de fazer suas necessidades em um lugar onde outros possam estar próximos?
Já homem não...em qualquer lugar vocês já estão lá...err...fazendo o n° 2, como vocês gostam de dizer (procurei o termo menos chulo possível), isso quando não estão soltando flatulências em público e ainda rindo do fato.

A próstata, os testículos, nada disso dói absurdamente uma vez por mês. Já eu estou quase fazendo uma histerectomia caseira, de tanto desespero. Ugh!

Tem cabelo feio? É só raspar! Nada de trocentos alisantes, tintas, escovas de chocolate, morango, progressivas, inteligentes, francesas, japonesas, paraguaias, baianas, afegãs e malaias; quer ter um filho? Um minutinho de prazer e é só esperar 9 meses enquanto a outra lá fica cada vez mais inchada e horrorosa, pra chegar no final e, depois de dores PIORES que as de cólica menstrual (*arrepios de pavor*), pegar o bebê que PROVAVELMENTE é a sua cara.

Confesso que sempre observei os homens com uma certa admiração a esse ar de bagunça, subversão que lhes é peculiar. Meninas são educadas para serem gentis, fofas, "senta com as pernas fechadas, menina"; meninos correm suados por aí, brincam de campeonato de cuspe à distância, batem, apanham e batem de novo.

É, vida de mulher é dura. E talvez a vida dos homens não seja mesmo fácil assim. Vocês vivem intensamente demais, deve ser por isso que morrem tão rápido comparando-se a nós.

Sei que esse post não fez o menor sentido, apenas passei meus pensamentos para cá. xD
Só queria concluir com uma coisa: se sou meio homem, meio mulher, meio Hermes, meio Afrodite, não sei. Mas sendo uma coisa ou outra, fico feliz, de verdade. ^^

Beijos a todos os homens, mulheres e indecisos que leram isso XD