terça-feira, 2 de outubro de 2007

Pérolas da Net II

O Globo Online (de novo). Comentários sobre aquele caso horroroso do bebê atirado na água.

Eis que tudo descamba para uma típica discussão pró-aborto x contra-aborto. E os pró-aborto surgem com uma estatística IRREFUTÁVEL!

01/10/2007 - 16h 48m
90% ou mais das gravidezes que ocorrem no Brasil devem ser indesejáveis na hora em que a mulher fica sabendo.



HAHAHHAAHAHHAHHAAHAHAAHAH xDDD

(obs.: o autor do astuto comentário acima, claro, é alguém que sabe tudo sobre como se sentir ao estar grávida: um homem.)

8 comentários:

Bixu Lezadu (original) disse...

Realmente! Homens entendem "muuuuuuuuito" de gravidez... Mas eu ousaria dizer que esse fulano aí até que foi sensato se você analisar o comentário dele: "90% ou mais das gravidezes que ocorrem no Brasil devem ser indesejáveis na hora em que a mulher fica sabendo".

Veja que ele deixou brecha para a flexibilidade, admitindo que uma gravidez indesejada de início pode se converter em desejada. Talvez até mesmo em questão de horas!

Mas, ao que pude notar, sua revolta maior se deve ao número apresentado ("90%!!! Uóóóóót!!1! Praticamente nenhuma mulher quer ter o filho quando sabe que engravidou?!? ohnoes!!!1!shiftoneeleven!1"). Pois bem. Tenho o prazer em lhe confirmar que realmente não é um valor fidedígno, mas ao mesmo tempo sinto em dizer que a realidade, a priori, não se distancia muito da estatística apresentada!

Me valendo ainda da interpretação da flexibilidade contida no texto, me arriscaria a dizer até que pode ser um valor "baixo", se levarmos em conta que a mãe não é a única envolvida na definição de 'desejo' pela gravidez.

Tá certo, tá certo... Tô apelando! Fosse assim, praticamente 110% das gravidezes seriam indesejadas! Mas, não se esqueça que, hoje em dia, é EXTREMAMENTE comum uma "mulher" (entre aspas pois nem sei se podemos classificar essa porção de seres humanos do sexo feminino ao qual me refiro com um nível tão 'adulto'!) ter filhos e ter filhos e ter filhos e, no fim das contas, sobrar para a mãe dela ou a avó dela cuidarem da criança!


Pensa nisso... ^______^'

Aeris disse...

Discordo totalmente.

Primeiro,

Pra mim homem falando de como uma mulher se sente grávida é o cúmulo do absurdo, eles jamais saberão o que é isso. Nem mesmo eu me sinto legítima para dizer como é estar grávida, pois nunca estive, que dirá um homem.
É como padres falando de sexo: a coisa mais pretensiosa do mundo.

Segundo,

Sim, a frase é extremamente flexível, e é por isso exatamente que ela se torna ridícula. Pra começar, de onde ele tirou esses números? Da fértil cabecinha dele, e só. E como ele pode concluir, através desses números que são mais imaginários que a raiz de -3, que a maioria das gravidezes se torna desejada após ser indesejada de início? Conclusão, logo, que só pode ser estapafúrdia, pois é baseada no nada.

Terceiro,

Desculpe, Lezadu, mas você também não tem legitimidade para afirmar que a realidade não se distancia dessa estatística bizarra. Como você pode afirmar isso? Você falou com várias mulheres, pesquisou durante anos, esse tipo de coisa padrão? Não, você está fazendo exatamente a mesma coisa que ele fez.

Quarto,

Sou mulher, e minha fisiologia, bem como meu cérebro, foram programados desde o nascimento para a idéia de estar grávida. Portanto, eu SEI que quando engravidar não rejeitarei a criança - e esse deve ser o padrão das mulheres, do contrário a população diminuiria ao invés de crescer, tal a quantidade de abortos que haveria. Não, nem adianta dizer que "o indesejado se converte em desejado" porque nesse meio-tempo indefinido a mulher poderia desde tomar uma pílula do dia seguinte até enfiar coisas no útero ou tirar no médico mesmo, pelo menos uma imensa parte desses 90% fantasiosos.
As mulheres que abortam estão desesperadas ou são aberrações, o que não as encaixa no padrão.

E sim, sou contra o aborto, como deu pra perceber.

Quinto,

O contexto da frase não leva ao entendimento da participação do pai no desejo da criança; ela menciona apenas a "hora em que a mulher fica sabendo", e geralmente quem fica sabendo primeiro é a mulher - inclusive, no caso da criança jogada na água, o pai aparentemente nem sabia, como muitas vezes nem fica sabendo no fim mesmo. Ou seja, ele falou apenas no desejo da mulher, ao menos na minha interpretação.

Quanto ao ser comum entregar à avó, eu concordo. Mas isso não quer dizer que a mãe não queira aquele filho, quer dizer apenas que ela não tem maturidade ou responsabilidade para cuidar do mesmo - tipo, ela ama o filho, mas não gosta de trocar suas fraldas e há quem faça isso por ela. Vai deixar de fazer isso por quê?

Até eu, se a minha mãe desse mole, faria isso.

..fred. disse...

desculpa nao fazer comentario sobre o post... depois eu faço um que preste...
maaas vou trair o movimento.. vou cortar o cabelo!!!...HAHAHAHA
ahhhhh já que nao consigo falar com vc!!... no feriado eu estou pra ir ai no rio... e tipo por enquanto ir e voltar no domingo.. já que minha amiga nao vai poder me ver no sabado..
ai eu pensei podia ir no sabado.. me econtrava contigo,fumaca, jujuba ou sei la mais quem.. a noite me encontrava com minha amiga... (isso se eu conseguir um lugar pra dormir)...hahahah
me manda um e-mail!!! (ja que ta dificil falar contigo)
bejooooooo

Bixu Lezadu (original) disse...

Bem, é agora eu entro com a minha tréplica? (LOL! Isso aqui tá virando debate eleitoral?!? xD)

1º - Concordo com você. Este seu argumento é irrefutável, infelizmente (para mim)! Contudo, ao menos ainda posso afirmar algo caso me embase nos depoimentos de terceiros...

2º - Outro argumento plenamente irrefutável, mas só no tocante à obtenção do número. Quanto à flexibilidade, creio que ao menos deveria se dar o devido crédito...

3º - Concordo que não tenha legitimidade PLENA, mas espero que você não tenha esquecido que minha mãe é diretora de escola pública (por acaso, de periferia), e devido a isso eu TIVE, SIM, contato com diversas mulheres que passaram por esta situação!
Claro que aí eu só tive contato com um nível específico da população (ou no máximo dois ou três), e a minha "pesquisa" pode ser classificada como informal. Mas, ao que pude ver, a proporção de mulheres que desejam abortar (ou que sofrem pressão para tanto) em um primeiro momento chega a muito mais que 9/1. Aí, o que costuma acontecer é que por diversos fatores o aborto se mostra inviável (por motivos financeiros, de saúde, ou até mesmo por falta de segurança), ou então "menos interessante" frente à outras possibilidades (nas camadas mais miseráveis ainda é muito comum a ilusão de se "prender um homem com a barriga" - no MAU sentido, claro!). Logo, é possível mudar a perspectiva sobre o assunto; nos melhores casos, num ótimo exemplo de uma "filosofia martasuplicyiana"!
Por fim, lembro-lhe de que as camadas mais "baixas" da sociedade são justamente aquelas que contém a maior parte da população. Logo, os valores obtíveis das camadas restantes não fariam uma diferença tão significativa no resultado final...

4º - Desculpe puxar sua orelha, mas você está tomando por base apenas sua própria opinião, e não a opinião de (ao menos) uma amostra da sociedade pesquisada (Faça o que falo, não faça o que faço? Irônico, não?!?). Lembre-se de que você é ÚNICA: não existem duas Mutas totalmente idênticas na face do planeta! Da mesma forma, outras mulheres podem ter passado por um condicionamento fisiológico (menos provável) e cerebral (EXTREMAMENTE mais provável) diferente do seu. Isso sem contar os condicionamentos social, psicológico, moral, ético, ambiental, etc. (Eu sei que tudo isso se encaixaria no cerebral, mas sentí a necessidade de diferenciá-los!) Não se esqueça também que a parcela da população "estudada" por mim tende a sofrer de certa deficiência de cultura/conhecimento e/ou interpretação geral.
Exemplo: Pílula do dia seguinte.
Interpretação: O quê é isso?!? (Sim! Há MUITA gente que ainda sequer tem conhecimento deste ou de outros recursos anti-concepcionais!)
Exemplo: Aborto é ilegal.
Interpretação: Se eu abortar meu filho, logo, irei presa (e não o MÉDICO, de acordo com a lei).
Também vale ressaltar que procurei analisar mais o DESEJO da gravidez, e NÃO o desejo pelo aborto. A meu ver, há uma linha, tênue mas, que diferencia uma coisa de outra!

NOTA: Também sou contra o aborto (e, por este motivo, defensor ferrenho dos métodos anti-concepcionais). Entretanto, estou tentando ter uma postura totalmente imparcial e não-tendenciosa sobre o assunto!

5º- Na minha interpretação, ao menos, a participação do pai é, sim, inclusa no desejo; assim como todos os outros diretamente envolvidos no caso - aos quais minha interpretação me levou no momento do comentário. Na verdade, o pai da futura criança é quem menos pesou em meu julgamento, tendo-se em vista que atualmente pode-se dizer que é quem menos "palpitaria" sobre o assunto!
Aí me refiro a "diretamente envolvido no caso" como sendo aqueles que REALMENTE terão que se preocupar com a gravidez e a futura criança. E, como pode ver (ainda mais nos dias de hoje) o pai da criança costuma ser, deste grupo, aquele quem menos tem participação no processo em sí!
Outra coisa que deve ser considerada é que, ao contrário da sua afirmação, nem sempre a mãe é a primeira a ter consciência de estar grávida. Geralmente, a primeira pessoa a saber (ter consciência) é aquela avó mais vivida, que percebe que os quadrís da futura mãe se alargaram e seus seios incharam; ou então a melhor (e mais experiente) amiga, que sabe mais da vida da grávida que a própria... Sei que parece estranho, mas na realidade é assim mesmo! Porém, perceba que estou frisando a consciência: suspeitas e/ou sub-consciência estão sendo descartadas no caso.


Bem... Cê sabe que não sou de "dar ponto sem nó", Muta! Receio que você tenha enxergado alguma postura mais machista no meu comentário; coisa que você sabe bem que é difícil acontecer. Peço para que você reveja toda a situação de uma forma neutra antes de se deixar levar pelas emoções (não me refiro à reportagem em sí: lá certamente o panorama é outro! Tente se concentrar no que está acontecendo no seu blog apenas no momento - não se esqueça de que não tive acesso à "fonte" da publicação), e reveja se, ao menos de certa forma, não tenho razão no que disse. E, mais uma vez, não se esqueça: desejar uma gravidez é uma coisa, aborto é outra, totalmente diferente da primeira (muito embora a segunda comumente ocorra em virtude da primeira). Reveja seus pré-conceitos (e não preconceitos) antes de analisar opiniões (ao menos as minhas... xD)!

Bixu Lezadu (original) disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bixu Lezadu (original) disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bixu Lezadu (original) disse...

PS: Outra coisa: Consumar o aborto em sí também é diferente de simplesmente desejá-lo (mesmo que seja algo mais sério que a primeira diferença que citei), que por sua vez, difere de "inocentemente" desejar ou não a gravidez... Pense "fuzzy", e não maniqueisticamente!


PPS: Essa budega deveria ter botão de editar... '¬¬

La disse...

Caracoles XD
nd a dizer sobre esse ultimo post

mas parabens!
eu li TUDO que vc escreveu.

se vc soubesse o qto eh dificil pra mim ler tanta coisa (principalmente que giram em torno da vida alheia)... interpretaria como um grande elogio x)

pqp, apesar da maior parte do assunto não ser agradavel, umas, aliás, até bem horriveis... soltei altas gargalhadas aqui. tenho problemas? q feio rir da desgraça dos outros.

sei lá.

vc ainda vai ganhar uma coluna em algum lugar. aliás, pq nao escreve alguma coisa pra tentar botar no jornalzinho do calc? vai ser dificil por vc ser direitista e a UERJ... enfim... sabe como eh lah. Mas acho que vale muito a tentativa.