segunda-feira, 10 de setembro de 2007

A chapinha (e outras frescuras femininas) II


Ouvindo: Theory of a Deadman - Santa Monica
Status: Comendo (sim, eu janto na frente do PC, sou nerd, algum problema?)

Não, eu não fiquei louca. Não estou repetindo post. Olha o "II"zinho lá, ó.

O que acontece é que esse assunto da estética rendeu; recebi dois ótimos comentários, e ainda aconteceram algumas coisas que me fizeram pensar.

Ainda no sábado, logo após fazer a bendita escova, peguei uma Kombi de volta para casa.

Sim, uma Kombi. Passado negro que vou esconder quando for rica, HAHAHAHAHA!

(brincadeirinha)

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(ou não)

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(talvez sim...mas voltemos ao assunto)


Bem, eu entrei na *cof, cof, cof* Kombi e vim pra casa. Cabe aí um grande parêntese:

"Por que diabos Kombi se existe ônibus?!"

Aí é que está. Vocês já ouviram falar na linha 654?
Procurem no Rio Ônibus. Vocês NÃO a acharão.

Eu pego essa MALDITA Kombi horrorosa porque essa "linha" só existe em transporte pirata, não existe de verdade. E se eu pegar ônibus pra ir ao curso de francês, pago DUAS passagens, enquanto que se pegar a Kombi pago uma só.

Claro que o barato às vezes sai caro. Velhas gordas me amassando no banco, mulheres com seis crianças uma em cima da outra (todas de pais diferentes, claro), gente com cachorro (sim, ACREDITEM) e o pior de tudo, a certeza de que eu já sofri o suficiente nessa vida e não mereço mais: o FUNK como trilha sonora dessa viagem paradisíaca ao inferno.

Mas enfim...continuando o assunto.

Um dos motoristas é um cara, nem bonito nem feio, antipático, de uns 28 anos, com uma Kombi destruída e horrorosa cuja porta ele fecha com um cadarço de tênis (quando ele quer, devo frisar, porque já cansei de sair com aquele energúmeno mantendo a porta aberta). Nunca fui muito com a cara dele, especialmente porque é funkeiro (SIM, contra funkeiro sou preconceituosa sim, odeio odeio odeio! - se bem que nesse caso nem é classificável como preconceito, é um conceito formado e sedimentado com base em constatações empíricas: resumindo, eu ouço a putaria das letras e vejo a putaria dos bailes - pela TV, FRISANDO SEMPRE), e nem ele ia com a minha, ou ao menos assim eu achava, especialmente pelo fato de que eu pegava a Kombi dele quase todo sábado e nunca havíamos trocado nenhuma palavra exceto:

"- Ei, a porta está aberta.", eu protestei, quase voando pra fora da Kombi.
"- Eu sei.", respondeu ele, mal-humorado, como se fosse a coisa mais normal do mundo viajar de porta aberta e eu fosse uma mala-sem-alça.

(eu sou, mas nesse caso eu tinha razão.)

Mas eis que sábado eu entro, e ele abre a porta da frente:

"- Aqui, princesa.", com aquela cara de Casanova do subúrbio.

Eu só fiquei olhando com aquela expressão indefinível, cuja definição imperfeita e aproximada seria algo como "huh?", ou em bom inglês, "wtf?!"

Passou a viagem toda me cantando. Quando quis descer, disse a ele:

"- No ponto ali depois da esquina. Ou na esquina mesmo, se puder."
"- Onde você quiser, nem." (com um estranho olhar fixo)

Deixando de lado o fato de eu odiar ser chamada de "nem" (coisa de funkeiro), apenas me limitei a agradecer a estranha gentileza do mancebo e descer. Na esquina, claro.


Achava que o feitiço da chapinha havia se dissipado. Estava redondamente enganada, claro.

Hoje à tarde estava saindo do meu trabalho para almoçar (ou melhor, enfiar pela goela algum exemplar de junk food), quando vejo dois coroas (ridículo velho que se presta a esse papel) dizendo, com aquela inconfundível voz arrastada:

"- Oi, amor"
"- Boa taaarde"

Cabe aí novo parêntese.
Aparentemente as frases acima parecem normais. "Pobres velhinhos", alguns incautos devem pensar. "Só queriam dar boa tarde."

MY ASS.

Qualquer mulher reconhece o truque mais velho de tarado que é dar aquele "boooom diaaaa" naquele tom de voz esquisito e inconfundível - e se você olhar pra ele, ali estará, babando e olhando pra vc com aquela expressão que o Maníaco do Parque devia ter.

Ignorei os dois, e fui à lanchonete. Retornando, dei a volta no quarteirão, pq não queria encontrá-los xD

E eis que ao chegar ao ponto de onde parti - a porta do meu local de trabalho - vejo os dois na porta.
E eles eram... TCHARAM! - auxiliares de serviços gerais do MEU PRÓPRIO TRABALHO, que estavam mais que cansados de ver minhas formas gordas! Eu não sabia se ria ou chorava.


Digam o que quiserem. "Ah, eu gosto de mulher de cabelo cacheado". Sei.
Não sei quanto às outras, mas minha chapinha é mais poderosa que macumba. E vou continuar usando, HAHAHAHAHAHA, afinal, já são 23, daqui a pouco fico pra titia XDDDD

(se bem que só atraí gente imprestável dessa vez. mas tudo bem.)

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O outro tópico de estética foi...

BRITNEY SPEARS NO VMA!

Teve gente que disse que ela está gorda.
Teve gente que criticou quem disse que ela está gorda.

SIM, ELA ESTÁ GORDA.
Especialmente levando-se em conta que ela é uma cantora, uma show-girl, e mais do que ninguém tem a obrigação de estar sempre linda.

Só achei interessante que muitos homens a defenderam nos comentários do O Globo Online. Disseram que ela está linda e gostosa assim. Pode?!

Eu não consigo acreditar que alguém possa achar essa carcaça do que já foi um sex-symbol bonita - especialmente comparando com a beleza que ela um dia teve. Ela está gorda sim, e maluca. Aff.

Enfim...cansei de escrever xD

3 comentários:

Kika disse...

É som de pretooo! De faveladoo! Mas quando toca ninguém fica paradoo! /o/

Poxa, há homens que não querem mulheres-modelos s sim um pouco de carne para apertar. Não vejo nada de estranho nisso. Veria se fosse uma modelo magérrima de biquíni e todos os homens se desdobrando em elogios a gostosura dessa moça. XD
Pense que o velho ou o carinha do "nem" que te cantou deve pensar dessa forma. A chapinha ficaria de fora desse poder todo de conquista. XD
Apesar de que... argh... cantada de velho é foda. Odeio profundamente.
E tipo... kombi é pra queimar o filme de qualquer um. XD

Ah, quanto ao funk, não vejo nada de mais. É apenas um ritmo que não curto e nada mais. Não é formadora de bandidos, não é a formadora de opinião nociva então qual o mal?
Na verdade, acho um equívoco tachar o funk o cara que curte fank de uma aberração desprovida de inteligência. E sem contar que muito do que se ouve nas letras, todo mundo faz. XD
É um ritmo que tem raízes em favelas onde a vida, muitas vezes é o que se vê nas letras. Certa vez fui no morro do São Carlos e vi uma porção de meninas de 15 anos grávidas. As pessoas me diziam que uma menina chegar aos 17 sem filhos é algo difícil lá. Então sobre o que se falariam nas letars típicas de pessoas dessa comunidade. E sei lá, acho que não é uma letra que sempre deprecia a mulher. Por mais que falem da Tati Qubra-Barraco (tá, ela é feia e tosca XD) mas ela faz umas letras falando que gosta de homem de tal forma e fala sobre o que ela gosta e como gosta. Não é só a mulher ficar ali submissa. Fora que músicas que falam de sexo e
cantores rebolando tem em todo canto. Só pegar a Madonna, por exemplo. Tá é diferente do funk mas foi só para ilustrar o porquê de haver tanta gente contra. Tem um jeito de rebolar que deve ser aceito e outro não? A mesma coisa as letras? Talvez porque joga na cara da sociedade o que não era moralmente aceito. Como assim falar de sexo e rebolar até o chão? Isso é coisa de favelado!
Sem contar que não há funk só com essa temática de sexo.
Acho um lugar muito comum tachar o funk como algo ruim (não curtir é uma coisa bem diferente do que rotular como algo nocivo). Admita, isso é um preconceito. Foi um discurso todo para chegar a esse ponto. XD
Até porque... constatação emprírica pela TV e ouvindo as letras? Não acha que não há nada de empírico nisso? É uma opinião formada com um certo distanciamento.
Tá, eu me prendi a essa parte do seu post que parecia e menos importante. XD

Aeris disse...

Eu vejo TUDO de estranho porque a Playboy só tem capas magrelas e quando a Preta Gil apareceu pelada na capa do CD choveram pessoas - muitos homens - falando mal dela, e você pode ver blogs conhecidíssimos como o KibeLoco e o Jacaré Banguela que dedicam posts e mais posts só pra zoar a..."gostosura" da moça.

(frisando que eu tb falaria mal, porque também a detesto xD)

Não, a chapinha não fica de fora, todos eles NEM ME NOTAM com o cabelo normal XDDD

Vou esperar a carruagem virar abóbora e aí te conto o resultado xDD

Quanto aos velhos...nem comento ¬¬"
E a Kombi...já comentei tudo o q tinha pra comentarrr ¬¬""""

"Máquina de
sexo, eu transo igual a um animal / A Chatuba de Mesquita
do bonde do sexo anal/Chatuba come!|$*#?!@/e depois come
xereca / Arranca cabaço, é o bonde dos careca" - Chatuba de Mesquita

Poético, não?
É por isso que eu AMO funk.
(note o lindo emprego da língua portuguesa em "bonde doS careca"

As coisas não precisam ser formadoras de opinião para serem ruins. Odeio jiló e jiló não é formador de opinião xD
Tá, eu sei que essa analogia foi infame, mas é exatamente isso. Eu odeio o funk por si mesmo, não por suas conseqüências. É um estilo de "música" com letras horrorosas, "intérpretes" que só botando muitas aspas em volta pra definir, melodias inexistentes, baseadas em uma única batida...e os bailes funk, repletos de vulgaridade e pessoas transando como se fossem cadelas no cio não são a minha idéia de diversão saudável.

E...a propósito...eu não faço nada dessa letra aí em cima, HAHAHAHAHA, me "exclua fora" disso! XDDDD
Eu sou feliz em dizer que não faço nada presente nessas letras horrorosas.

Acho que pelo simples fato de funk não ser música, alguém que não percebe isso deve ter algum problema. É por isso que não consigo gostar de funkeiros, do mesmo jeito que não gosto de pessoas que odeiam animais. Se bem que...fica contraditório, não? Tá, tá, parei com as ofensas XDDDDD

Se eles agem dessa maneira PROMÍSCUA nas favelas (o que eu duvido que possa ser generalizado, ou mudaríamos seus nomes para puteiros gigantes), isso tem que ser mudado, e não GLORIFICADO em prosa e...(prosa e verso em funk? tsss)...huh, você entendeu.

Meninas de 17 anos tendo filhos são uma ANORMALIDADE que deve ser sempre condenada. Eles não são assim por um fator cultural, o são justamente por não ter bagagem cultural nenhuma. E, pensando bem, o funk deve servir como um apoio a esse estilo de vida horroroso, afinal, se elas agem dessa forma, ter um "cantor" berrando que elas têm que dar, dar, dar, dar, pra todos e de todos os jeitos já soa como um embrião (defeituoso e horroroso, mas tudo bem) do que seria uma justificativa ideológica.

Não gosto do funk exatamente por ter letras que depreciem a mulher. Odeio porque é uma merda mesmo. Tem até funk falando bem do BOPE (e eu adoro o BOPE, vc sabe), e mesmo assim eu detesto. Eu odeio o funk mais ainda pela forma que pelo conteúdo (que, óbvio, também é ruim).

(e convenhamos...Tati Quebra-Barraco falando que domina os homens, que faz e acontece não tem credibilidade nenhuma xDDD)

E outra: a Madonna fala de sexo sim, mas eu a adoro. Nunca vi UMA letra da Madonna que tivesse uma alusão vulgar e cheia de palavrões como esse funk acima. Basta pegar "Like a Prayer", que é uma ÓBVIA música sobre sexo oral, mas que dificilmente é percebida como tal. A Madonna é sensual, não vulgar como essas COISAS.

Rebolar até o chão não é coisa de favelado; rebolar num trenzinho fazendo sexo com 6 homens é coisa de gente VULGAR, seja favelado ou não. Como esses funkeiros fazem isso e a maioria é favelado, eles mesmos atraem preconceitos pra cima de si. Que coisa.

Mas enfim...não é um preconceito.
É simplesmente uma opinião tão óbvia que já virou senso-comum, como "é ruim matar alguém" ou "Hitler foi um cara mau". É mais que mero preconceito, é algo que salta aos olhos.

Sim, opinião formada com todo o distanciamento e nem por isso deixa de ter legitimidade. Médicos pesquisadores não contraem doenças para conhecer sobre elas, eles observam os pacientes de longe.

Hahahahha, e eu tinha certeza de q vc defenderia o funk XDD

Cezar Aguiar disse...

Genial! Não tenho outro adjetivo para expressar minha opinião sobre seu post 'a chapinha II'. Sem querer que pareça cantada, vc deve ser uma mulher incrivelmente instigante. aliás, chaveco é um atributo que não fui agraciado.
Seu texto é sensacional. nunca vi nada autobiográfico que fosse tão irresistível de continuar lendo... sou amador nessa de blog e tão pouco conheço seu lugar, mas acontece comigo algo parecido no que se refere ao funk. mas posso te falar uma coisa? vc é feliz e não sabe!!! no dia que tiver o desprazer de conhecer um 'estilo' musical chamado aqui na minha região de ARROCHA, vc vai ver que funk não é nenhum sofrimento. acredite, tem coisa pior.
parabéns, de verdade! conversar com você pessoalmente deve ser algo indescritível.
grande abraço!
cezar aguiar
porto seguro-bahia
www.boletimparcial.blogspot.com